corrupçãoNa quarta-feira, 11 de maio de 2016, o Brasil foi dormir na expectativa. Na quinta-feira eu acordei com os fogos em Serra Talhada. O que o povo tanto comemora? O fim do respeito ao Estado de Direito? A chuva de papel picado feito com os títulos de eleitor de 54 milhões de pessoas? Ou o fato de finalmente o Congresso Nacional estar empenhado em uma causa? A deslegitimação da jovem democracia brasileira. Como foi tenso acordar nessa manhã nublada de maio, a primeira presidente mulher do Brasil foi deslealmente deposta de seu cargo.

Não retiro de mim a culpa de eleitora jovem que sempre mediu o voto pela confiabilidade do Poder Executivo. Mal sabia eu que o segredo é o Congresso, que deputados e senadores mal eleitos comprometem e muito a governabilidade daqueles que escolhemos para nos representar. O mesmo vale para os estados e municípios O ódio a um partido enceguerou os parlamentares, influenciou o povo e deixou um calo de sangue na república federativa. Que sede de poder. Sempre ouvi dizer que indivíduos que deturpam o espaço de representação do povo são inescrupulosos. Estamos vendo a que ponto.

Esse novo governo deveria realmente resolver os problemas políticos, econômicos e sociais do Brasil. Mas como sabemos que não vai, a primeira desculpa a ser usada será em relação à herança deixada pelo modelo petista ou quem sabe aos fatores históricos do país que sempre atrasaram e impediram o progresso. Como se 18 universidades não tivessem sido criadas, milhões de brasileiros conquistado casa própria; políticas de reparação e diminuição da desigualdade social não existissem; milhões de pobres, negros e índios com acesso a educação, mercado de trabalho e ao mercado consumidor.

Afinal, o que são sete ministros investigados perto de um ex-presidente semi-analfabeto, nordestino, torneiro mecânico que está na mira da Polícia Federal? Se formos pensar nessas pastas dois exemplos bastam: Educação e Cultura juntas nas mãos do cara que foi contra Enem, Prouni e Fies. Mulheres? Direitos Humanos? Índios? Negros e negras? LGBTs? Movimento Agrário? Movimentos culturais? Pobres? Nordestinos? Na mão do ex-advogado do PCC, Alexandre Morais. Não é nada, pois o novo governo vai restabelecer a ‘Ordem e o Progresso’.

Você de casa analise com cautela, guarde os nomes, os fatos, as manchetes. Vamos precisar juntar esses indícios para avaliar essa conjuntura mais tarde. Quisera nós eleições presidenciáveis ainda este ano. Na pior das hipóteses guardarei o caderninho de fichas sujas, deputados inescrupulosos, senadores golpistas, gestores do retrocesso e toda a lista de políticos a serem combatidos em 2018.