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Fotos: Farol de Notícias/Alejandro Garcia

Em visita a Serra Talhada, artista de rua revela o desejo de reencontrar a família que não vê há mais de 25 anos. Pedro Argelino da Rocha Silva é o nome da estátua viva que iluminou a praça Sérgio Magalhães durante esta semana na Capital do Xaxado, atraindo a atenção de dezenas de olhares curiosos. Mais conhecido como Pedro Prateado, natural de Goiana/PE, filho de um ex-combatente de guerra, ele relembra que o pai queria que os filhos fossem criados com a disciplina e rigorosidade de regime militar e o artista não partilhava dessa ideia, foi então que fugiu de casa aos 14 anos.

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Com pouco dinheiro no bolso e ajuda de caronas foi para a cidade grande, onde aprendeu a fazer artesanato e arte de rua. “Tudo começou quando eu vi um moço pular arco de faca, fiz aquilo e gostei do pulo, fui cuspir fogo, gostei também. Andando pelas ruas de São Paulo, vi uma estátua viva e achei maravilhoso, sabia que queria aquilo para mim. Corri atrás de como fazer e me mostraram, mas,  arte é uma questão de ser. Quem manda no nosso corpo é a mente”, disse o artista.

Ao relatar sua vida ao FAROL, a cada palavra que dava, a tinta prateada vibrava em sua pele, o castanho dos olhos se destacava por trás do óculos nublados. E os movimentos que antes eram quase imperceptíveis foram ganhando força e emoção, até que Pedro Prateado começou a sair do seu estado de estátua por conta da emoção ao revelar que seu maior sonho é reencontrar os quatro irmãos que há 20 anos não tem contato.

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“Queria vê-los porque é o seguinte é muito bom quando a gente tem uma família que se reúne de novo, de acordo com o tempo vai passando e a gente vai ficando velho, temos que unir uns aos outros”, e completou “ João Darque, se você estiver aqui no Nordeste ou Antônio, Eliseu ou a Lusitânia eu quero encontrá-los porque sei que encontrando pelo menos um, encontrarei os outros. Estou aqui de braços abertos para nos unir novamente”, disse, emocionado pela saudade.

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A última vez que Pedro encontrou seus irmãos foi em Paulista/PE e é para lá que a estátua seguirá com a esperança de sentir-se mais vivo depois desse encontro. A estátua viva ficará até a próxima segunda-feira (9), aproveitando as festividades locais para mostrar sua arte aos serra-talhadenses. “A maior gratificação nesse trabalho é ver as pessoas olhando minha forma de ser e quando a pessoa se sente segura na minha arte”, afirma o prateado.

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