Por Professor universitário de Serra Talhada

Publicado às 04h50 desta quinta-feira (19)

Gostaria de expressar meu desabafo e minha indignação a toda sociedade serra-talhadense para evidenciar que em quase 30 anos de serviço como professor universitário, e já perto de me aposentar na Aeset, nunca vi tamanho desmando que vem acontecendo por parte da Diretora presidenta e assessores e ninguém toma providências para sanar esses problemas.

Em primeiro lugar, quando ela chegou há cinco anos atrás na Autarquia existiam 1.564 alunos e não tinha o Proupe – Programa Universidade para Todos em Pernambuco. É um programa do Governo do Estado de Pernambuco, criado em 2011, que promove a interiorização do Ensino Superior como política de desenvolvimento regional e dá uma ajuda de custo a Aeset através de repasses aos alunos de 25% a 100% nas mensalidades (atualmente é de R$ 48 mil, mas já foi mais de R$ 100 mil).

Hoje nossa situação é lamentável, com pouco menos de 550 alunos e vemos um grande descompromisso por parte da gestão. A começar pelos funcionários da entidade que recebiam seus salários desde 1976, ano de fundação da Aeset, o mais tardar dia 20 cada mês (gestão passada) e essa gestão mudou pra o dia 30.

No entanto, atualmente os salários só são pagos por volta dos dias 09 ou 10 de cada mês, ganhando assim (a referida instituição) 20 dias de nós trabalhadores. O pior é a falta de respeito com os contratados, que agora só recebem depois dos efetivos e estão até hoje sem receber o mês de junho, chegando há quase 45 dias sem pagamento.

CARGOS CONTRATADOS

Em segundo lugar, gostaria de deixar claro que a entidade tem muito cargos contratados e comissionados de caráter político e pouca capacidade técnica. Como posso citar muitos comissionados em três faculdades e muitos contratados sem serventia nenhuma, só inchando a folha de pagamento da Aeset, que hoje passa de R$ 200 mil. É um feudo de um determinado vereador, que por questões éticas não vou citar aqui.

Terceiro lugar, queria aqui esclarecer também que a Aeset tem um veículo Pálio Wekkend que está há 05 anos sem funcionar, parado na garagem da entidade levando chuva, sol e sereno. Ainda tem um motorista contratado para receber salário desse automóvel que está todo enferrujado por falta de zelo com a coisa pública.

Em quarto lugar, temos hoje apenas seis auxiliares administrativos efetivos que trabalham sem o mínimo incentivo por parte da gestão, que até hoje não implantou o plano de cargos e carreiras parar esses funcionários. Eles recebem apenas um salário mínimo.

Enquanto o salário da presidência a Câmara de Vereadores aumentou pra R$ 7.500 e a tesoureira R$ 4.000 (em 2013). De alguns professores foram tirados algumas gratificações e adicionais noturnos, além do risco de vida dos vigilantes, que são direitos adquiridos.

Quinto lugar, até o ano 2012 tinha aumento de salário 10% anualmente e estamos há seis anos sem esse benefício, o que escutamos no cotidiano da entidade é sempre a mesma: ‘estamos em crise, não temos dinheiro’ e as dívidas de alguns prestadores de serviços e fornecedores atrasados há nove meses.

Auxiliares de serviços gerais sem material de limpeza pra trabalhar, auxiliares administrativos sem material de escritório e funcionários contratados fazendo duas funções por um salário mínimo.

Sexto lugar, dando opinião como funcionário da casa, a forma da Aeset fazer um novo planejamento e enxugamento, já que alegam crise, posso afirmar que no nosso organograma não precisa de três faculdades com diretores, vices diretores, secretárias, coordenadores e chefes de departamentos. Quando na verdade só os cargos comissionados da Fafopst administrava legalmente, sem precisar de tantos cargos e oneração na folha de pagamento como sempre administrou todos esses 42 anos.

E para concluir minhas palavras e desabafo, meus queridos, fico muito triste em falar tudo isso aqui e não puder me identificar para não ficar mau visto e ser perseguido diante da presidência, que trata todos que não são do seu convívio (babões) com prepotência e arrogância. E ao mesmo tempo clamar ao senhor prefeito que tome providências urgentemente.

Prefeito, pra ser ter uma ideia há cinco anos tínhamos oito cursos na Aeset (Geografia, História, Matemática, Letras, Biologia, Educação Física, Serviço Social e Psicologia), fechou geografia e ganhamos dois: pedagogia e o bacharelado em Educação Física, mas mesmo assim estamos nesse momento com cinco cursos capengando com 10 e 12 alunos prestes a fechar.

Atualmente, só estamos com o nosso salário mais ou menos em dia graças aos pais e alunos do Colégio do Aplicação que têm cerca de 400 alunos e pagam suas mensalidades (R$ 140,00 e 160,00) em dia. Escola essa que muito nos orgulha pelo seus resultados.

Então prefeito, peço aqui encarecidamente ao senhor, que faz uma excelente gestão na área de educação, que tome medidas rápidas e energéticas em prol da nossa Aeset, para não deixar morrer.

Digo isso sem medo de ferir ninguém, porque pode ser que caia em seu colo o título como o prefeito que faliu e fechou a Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada.