Imaginem um cubículo abafado, sem ventiladores e cerca de 25 crianças amontoadas tentando aprender a ler e a escrever. Esta é a realidade da Escola Municipal João Pereira Leite, na comunidade Malhada do Juá, a 15 quilômetros de Serra Talhada. As más condições de trabalho vêm obrigando professores a realizarem ‘malabarismos’ para poder exercer a profissão. A denúncia foi feita pelo educador do Projeto Saberes da Terra, Alexandre George.

Outro problema ocorre à despeito das péssimas condições do espaço físico do centro de escolar. Para se ter uma ideia, alunos de séries e faixas etárias diferentes estão dividindo o mesmo ambiente de ensino. Ou seja, num mesmo espaço, crianças da 1ª a 4ª séries tentam aprender tudo ao mesmo tempo, o mesmo conteúdo.

“São quatro turmas e todas juntas. Nunca tinha visto algo parecido”, lamentou Alexandre. Segundo ele, outros fatores contribuem para prejudicar o processo de aprendizado das crianças. “A escola tem a mesma pintura há cinco anos e não há uma área de lazer para os alunos”, reclamou o professor. Ele avalia que, devidos aos problemas, os alunos da Escola Municipal João Pereira Leite, quando passarem para estágios mais avançados nos estudos, terão dificuldade em aplicar os conhecimentos adquiridos. “Eu imagino a dificuldade das professoras em ensinar. Agora, como deve ser ainda mais difícil para as crianças”, desabafou Alexandre.

O FAROL  tentou localizar as professoras Maria do Socorro e Sônia Maria, responsáveis pela educação na Malhada do Juá para comentas as denúncias, mas não obteve sucesso.Esta realidade vai de encontro ao  sucesso implantado  no Colégio Cônego Torres, na zona urbana, que tornou-se uma escola de referência com regime de tempo integral.