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Foto: Farol de Notícias/Manu Silva

Desespero. Uma jovem mãe teme que viver na rua com o marido e dois filhos pequenos em Serra Talahda. Patrícia Daniel dos Santos, 26 anos, é cabeleireira e mesmo sem ter sido sorteada mora há dois anos em uma das casas do Minha Casa Minha Vida, no Vila Bela. Patrícia e o seu marido, Gilberlândio, estão desempregados há mais de um ano e lutam para sustentar dois filhos de 2 anos e oito meses e 1 ano e oito meses. Patrícia recebeu nesta terça-feira (15) uma ordem judicial de reintegração de posse da casa e tem cinco dias para sair do local. Segundo ela, caso resista a Polícia Militar deverá ser acionada para cumprir a determinação.

Em conversa com o FAROL, a jovem explicou que a secretaria de Desenvolvimento Social, Josenildo André, está ciente do caso. “Essa casa que eu moro, há dois anos atrás, quem me cedeu foi uma pessoa que participou do sorteio e ganhou. Ele me procurou e perguntou se eu queria ir. Como eu estava em uma situação que eu não podia pagar aluguel, como realmente eu ainda estou nessa situação, eu aceitei mesmo sabendo que era ilegal. A secretaria de Desenvolvimento Social me acompanha há dois anos. Tem outros casos que chegaram e eles já resolveram, já conseguiram encaixar em outras casas e o meu ele não resolve”, lamentou a mãe de família.

CASO NA JUSTIÇA

gilsonO FAROL conversou com o Dr. Gilson Pereira, advogado que a família procurou em busca de uma solução. O magistrado explicou que a situação está complicada sem muitas saídas judiciais, mas que a secretaria de Desenvolvimento poderia ajudar. “A Caixa está no direito de pedir a reintegração de posse, após a sentença judicial não é muito o que ser feito, não tem mais como recorrer a essa altura. Se fosse no início do caso talvez houvesse solução. Como vereador não posso ajudar porque seria ‘politiquês’, a prefeitura resolve de um, mas não resolve de outro com essa politicalha”, disse Gilson Pereira

O OUTRO LADO

josenildoFAROL DE NOTÍCIAS conversou também com o secretario de Desenvolvimento Social, Josenildo André, que justificou os motivos de Patrícia estar fora do programa habitacional. “A casa foi sorteada para o tio dela, ele acertou o destrato, logo em seguida ela invadiu. Nós orientamos, mas ela mostrou resistência na época. O Ministério Público notificou seis famílias e de acordo com as decisões do Conselho de Assistência Social, reunido nesta terça (15), 500 casas serão entregues no Poço da Cruz IV, com famílias titulares e suplentes deveríamos ter o cadastro de 650 pessoas, tivemos apenas 512. Talvez o nome dela possa ser incluído no cadastro de reserva”. explicou o secretário Josenildo.