Publicado às 05h21 desta quinta-feira (2)

Por Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

O maior mal da humanidade é a IGNORÂNCIA, já dizia Sidarta Gautama, o Buda, fundador do Budismo. Deste mal nascem todos os outros, inclusive a corrupção, que tem assolado e degenerado a humanidade ao longo de milênios, desde o tempo dos faraós.

Conduzida por humanos, a Igreja Católica até hoje não está isenta da corrupção. Que o diga o Papa atual, que tem enfrentado tal problema, a começar pelo Banco do Vaticano, mas se sabe que vai muito além.

Não sendo um problema novo na Igreja, a corrupção ali teve seu auge na virada do século XV para o XVI, até que, há 500 anos, em 31 de outubro de 2017, o então católico Martinho Lutero publicou suas 95 teses que expunham e denunciavam questões religiosas e (i)morais da Igreja Católica. Uma das mais imorais e corruptas era a venda de… indulgências. Consistia no seguinte: se o “pecador” pagasse à Igreja determinado valor, estaria “perdoado” de seus “pecados”. Chegou-se a esse nível.

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Naquela época, a Igreja era a maior autoridade mundial à qual todos os Estados tinham que se curvar. Estes eram governados por reis e rainhas que eram aclamados pelo povo, mas só reinavam se houvesse também o beneplácito, a concordância da Igreja.

O clero daquela época tornou-se um antro de corruptos e levou a igreja a um nível tal de corrupção e, consequentemente, de desmoralização que, após a insurgência de Lutero, foi a Igreja perdendo poder e perdeu o domínio que tinha sobre os Estados. Os reis se livraram do poder do Papa. Na sequência, o povo se livrou do poder dos reis, e veio a democracia.

Quem era louco de afrontar o suposto poder divino que a Igreja dizia ter e correr o risco de ser considerado herege, excomungado e até queimado na fogueira “santa” da inquisição? Percebeu o nível da ignorância? Para manter seu poder, a Igreja alimentava isso, a ignorância.

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Foi dificílimo quebrar essa estrutura. Aquela sociedade explorada e aterrorizada pela Igreja jamais poderia acreditar que a rebeldia de Lutero darIa no que deu. A Reforma Protestante foi uma revolução. Mudou o mundo. Gracias, Lutero.

Tal como o clero daquela época, a classe política brasileira tornou-se um antro de corruptos e desmoralizados que levaram o Brasil a este nível intolerável de corrupção e caos. Então, tal como Martinho Lutero, cada brasileiro de bem precisa se insurgir contra essa conjuntura podre e fazer uma reforma estrutural do Estado brasileiro. E olha que ele lutou contra e venceu os autoproclamados “representantes de Deus na Terra”. Nós só temos que lutar contra e vencer os que se acham “donos de nossos votos e do Estado brasileiro”.

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Não é uma luta fácil porque eles são malandros, e a IGNORÂNCIA (olha ela aí de novo – seeeeempre!) do nosso povo é imensa. É fato que só existe malandro (corrupto) porque existe otário (ignorante). Porém, passou da hora de dar um basta nessa malandragem. Deixe aflorar o Lutero que há dentro de você. O Brasil precisa e merece. Você também.