Por Paulo César Gomes, escritor e professor

Nos últimos dias tenho me surpreendido com a forma que as nossas autoridades têm reagido a essa onda de protesto que vem dominando o país, um movimento sem precedentes na história recente do Brasil. Tanto o poder executivo, como o legislativo e o judiciário se curvaram a esse movimento que surgiu despretensiosamente e que hoje conquistou os brasileiros do Oiapoque ao Chuí, do Cabo Branco a Serra da Contamana, tomando várias cidades do interior pernambucano e chegando até Serra Talhada. Fica claro que os representantes do Estado têm medo desse movimento. Primeiro, porque já não adianta usar a força e nem a violência da PM, pois essa atitude só fortalece a disposição dos militantes.

E, segundo, por que vivemos em uma nação democrática, uma realidade que só foi estabelecida por que dezenas e centenas de jovens deram a vida por esse objetivo, sem contar quer muitos dos que estão no poder foram protagonistas dessa conquista. Esse movimento pode ser o pontapé inicial para o surgimento de uma nova identidade nacional ou o resgate de uma identidade perdida, mas acima de tudo, pode nos mostrar o que a nova geração de descendentes dos “tupiniquins” tem a nos oferecer para o futuro.

Além de provar que pode ser uma geração brilhante, como foi aquela que conviveu com a Ditadura Militar, seja na música, no teatro, nas ciências, no esporte ou até mesmo na política, se for necessário, essa geração terá que romper com as estruturas vigentes, tanto a política e com as sociais, bem como a do mundo virtual,  que de obstáculo para o despertar da consciência, se transformou em uma ferramenta de combate a alienação e de extrema importância para a mobilização. Então, coragem aos nossos jovens desbravadores! Por que o futuro os espera!

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!