Da Folha de PE

Uma brasileira de 36 anos foi baleada e morta por engano pela polícia de Lisboa na madrugada de quarta-feira (15), após o carro em que estava ser atingido por vários disparos feitos pelos policiais. Ivanice Carvalho da Costa foi atingida no pescoço e morreu antes de chegar ao hospital.

A polícia confundiu o carro em que ela e o marido estavam, um Renault Megane preto, com um outro veículo que havia acabado de participar de um assalto a um caixa-eletrônico.

Segundo a imprensa portuguesa, o carro foi atingido por pelo menos 40 tiros. O veículo em que os assaltantes estavam, um Seat Leon preto, havia escapado de uma perseguição policial minutos antes, em uma região próxima ao local onde a brasileira foi atingida.

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Segundo a Polícia de Segurança Pública (PSP), o motorista não obedeceu às ordens de parar o carro e, durante a fuga, tentou ainda atropelar os policiais, “que tiveram de afastar-se rapidamente para não serem atingidos” e “foram obrigados a recorrer a armas de fogo”.

Fontes ouvidas pela reportagem dizem que o marido da vítima, também brasileiro, estava dirigindo o veículo sem carteira de habilitação e nem seguro do carro (que é obrigatório em Portugal). Por isso, acabou se assustando ao se deparar com vários carros da polícia na estrada.

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Após dar marcha a ré e bater em uma parede, o homem acabou avançando em direção aos policiais, que abriram fogo.

Repercussão
O caso ganhou espaço na imprensa de Portugal, que tem um número muito baixo de mortes envolvendo forças policiais. Entre 2013 e 2015, não houve nenhuma vitima fatal. A brasileira foi a primeira morte provocada por policiais em Portugal em 2017.

Posição da Embaixada
A Embaixada do Brasil em Lisboa emitiu nota em que lamenta o ocorrido:

“Tomou-se conhecimento, hoje, 16 de novembro, de que a pessoa morta em ação policial durante a madrugada de ontem, em Lisboa, era nacional brasileira. A Embaixada lamenta profundamente o ocorrido. A família da vítima já entrou em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, que prestará o apoio cabível. A Embaixada acompanha atentamente o caso e aguarda novas informações a respeito do inquérito com vistas a determinar o curso de ação a ser tomado.”