Giovanni SáPor Giovanni Sá, editor do Farol

Quando costumo debater assuntos de política em qualquer mesa de bar, meu ‘plenarinho’, repito que perdi a crença na classe política. Com raras exceções, cheguei a conclusão que não há mais luz no fim do túnel, porque roubaram a lâmpada.

Nunca na história do Brasil se ouviu falar tanto em corrupção como nos últimos 15 anos. Uma lama fétida nos envergonha. E quando parece qua já vimos de tudo, eis que, novamente, somos surpreendidos. Me refiro a ‘manobra’ que está sendo construida na Câmara Federal para anistiar os políticos do crime de caixa 2, no pacote anticorrupção que surgiu no seio da sociedade, com a coleta de duas milhões de assinaturas, movimento protagonizado pelo Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com a advogada e professora de direito penal, Janaína Pascoal, caso a proposta seja aprovada na próxima semana, também vai proteger políticos de acusações de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Então, chegou a hora de reagirmos a mais este ‘golpe’. É preciso, por exemplo, que fiquemos de olhos nos deputados com base eleitoral em Serra e em seus padrinhos políticos.

Começamos por Danilo Cabral (PSB), que tem uma boa relação com o prefeito Luciano Duque e que vem em busca de votos dos serra-talhadenses em 2018. Não se pode esquecer do Pastor Eurico, da Igreja Universal, que deve vir de braços dados com o vereador eleito André Maio. O deputado Fernando Filho, hoje ministro, que pouco visita a cidade, mas tem como padrinho o influente vereador Zé Raimundo Filho. Silvio Costa esteve por estas bandas nas eleições municipais e deixou laços. Mas não se pode esquecer de Gonzaga Patriota, André de Paula e Kaio Maniçoba, todos aliados do prefeito Luciano Duque.

E por onde anda o ‘sumido’ Zeca Cavalcanti, cujo padrinho foi o deputado Augusto César e Marinaldo Rosendo, que chegou a terrinha com as bençãos do ex-prefeito Carlos Evandro? Todos, sem exceção, precisam ser fiscalizados e punidos nas urnas caso votem nesta proposta nojenta de anistia.

A votação está prevista para a próxima terça-feira (29) e a minha sugestão é simples: vamos lançar emails para os deputados, reprovando a anistia, e, por tabela, façamos pressão também em seus padrinhos políticos. Quem votar à favor da anistia, não me representa!