marcos oliveiraFotos: Alejandro Garcia / Farol

O radialista Marcos Oliveira (PR) é o primeiro comunicador a assumir uma cadeira na Câmara Municipal de Serra Talhada (CMST). Ele visitou a redação do FAROL nesta quarta-feira (3) e se emocionou, com lágrimas nos olhos, ao falar dos seus planos para o seu curto mandato na Capital do Xaxado. A cerimônia de posse dele acontece na noite desta quarta, às 19h30. Nesta conversa, você ficará por dentro dos principais projetos e prioridades que serão levadas para a casa legislativa por Marcos Oliveira, que assume no lugar do vereador licenciado José Raimundo (PTB). Vale a pena conferir!

FAROL: Marquinhos, bom dia.  Quem Marcos Oliveira não pode decepcionar nesses 10 meses de Legislativo?

Marcos Oliveira: Eu quero cumprimentar todas as pessoas que acessam o blog mais acessado da nossa região, que é o FAROL. Parabenizá-los pelo trabalho que vocês vêm desenvolvendo. Eu não posso decepcionar não só uma pessoa, eu não posso decepcionar todas as pessoas que votaram em mim. Aquelas pessoas que confiaram na minha pessoa, nas minhas propostas, nas minhas ideias, são essas pessoas que eu não posso decepcionar de maneira alguma. Eu entendo que o povo, a gente é eleito por ele e é ele que a gente tem que trabalhar, defender os direitos da população e é isso que a gente vai fazer. Então, eu só me preocupo em não decepcionar aquelas pessoas que votaram em mim, que confiam em mim. Esse é o meu compromisso.

FAROL: Você tem uma relação toda especial com o distrito de Varzinha e ao mesmo tempo, a impressão que nos passa é que há um sentimento de frustração com relação a uma demanda que você levantou, que é justamente a viabilização da água do sistema de São Francisco, que você brigou na época junto ao ministro Fernando Bezerra Coelho. Você vai ressuscitar essa demanda, apesar de nós sabermos que o vereador  não executa?

M.O.: Giovanni, é uma boa pergunta. Eu passei o final de semana em Varzinha conversando com a população, com pessoas que votaram comigo, com pessoas que não votaram e há uma polêmica. Pessoas que dizem, ‘olha, a gente já tem água aqui’, porque Varzinha é servida com a água de Roças Velhas e essa água é gratuita, ninguém paga essa água. Teve gente que falou ‘oh, se você falar nessa água vai perder voto aqui’. O pessoal está satisfeito com essa água, só que a água de Roças Velhas já foi constatada em testes que ela tem muito ferro, ela é prejudicial à saúde.

As pessoas estão com receio de pagar uma conta e acham que não é prioridade nesse momento. Eu fiquei surpreso com a opinião de alguns dos moradores de lá. Eu me preocupo porque amanhã essa água pode faltar, não é uma água tratada e a gente tem que pensar na saúde das pessoas. Então, eu tenho medo que eu abra mão desse projeto e amanhã falta essa água, a gente sabe que muitas cidades hoje vivem com essa água da adutora do Pajeú, devido à seca. Então, eu tenho esse medo de não ir atrás desse projeto, mas eu acredito que eu devo ir. Não posso deixar.

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Faltou ser assinado apenas um convênio, entre o Ministério da Integração, com o ministro Fernando Bezerra Coelho, junto com o governo do Estado. Segundo o presidente da Compesa, o Roberto Tavares, disse que o projeto estava pronto e só falta a assinatura desse convênio. Eu vou procurar me inteirar, eu acho que é importante a água chegar em Varzinha. Eu lutei isso juntamente com o deputado Sebastião Oliveira, é uma realmente uma frustração que a gente tem de não ter colocado em prática, de não ter sido executado esse projeto.

Eu acredito que nós devemos continuar a buscar essa água da adutora, porque é uma água tratada. A pessoa vai pagar uma quantia, mas tem a garantia que a água vai estar lá tratada, é uma água que não vai fazer mal a sua saúde. E eu acredito que a gente tem que batalhar por esse projeto também.

FAROL: Já tem algum projeto? O que vai ser prioridade agora no Legislativo em termos de Projetos de Lei. Você já tem alguma ideia em mente do que vai priorizar nesses 10 meses na Câmara?

 M.O.: Olha, nesses primeiros 30 dias eu quero fazer uma grande radiografia de tudo. Quando a gente está fora, sem um mandato, não está por dentro de tudo do contexto que pode acontecer. Eu tenho várias ideias, como eu falei, no final de semana que eu estava em Varzinha, vi o pessoal muito preocupado com saneamento básico e calçamento na comunidade. Varzinha, como você falou, nós que somos vereadores temos que representar toda a população, quem votou e quem não votou. Agora, eu não vou negar que eu vou ter um olhar especial por Varzinha, porque ela ficou esquecida nesses últimos governos e Varzinha foi um dos distritos que mais cresceram.

Ela é beneficiada por estar ao lado da BR-232, em 10 minutos você está em Varzinha. E ela foi esquecida pelos poderes, pelo poder municipal em muitos anos. A quantidade de anos, se você for em Varzinha, você percebe que lá falta calçamento. E eu acredito que se todo governo fizer no mínimo uma rua a gente teria ai várias as ruas calçadas lá. A gente espera que possamos fazer esse trabalho, eu quero também vestir, defender uma bandeira em relação ao consumo de drogas na nossa cidade, o crack. Isso é que gera violência. A droga está devastando as famílias e eu quero me inteirar mais ainda dessa problemática da população porque eu quero levantar essa bandeira.

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Outras ações nós vamos colocar com o passar dos dias do nosso mandato, nós vamos construir, vamos fazer um planejamento. Até porque o nosso mandato é um mandato curto, então tem que ser um mandato de resultado. Eu passei na minha vida pessoal, na minha vida profissional em dar resultados naquilo que nós assumimos. E eu não quero fazer diferente na minha vida pública como vereador. Eu sei das obrigações de um vereador, um vereador não executa. Ele coloca as leis, ele ajuda nas leis, ele aprova, solicita, mas não executa. Isso é com o poder executivo, mas nós vamos atrás do que for preciso para que a gente possa colocar em prática e tornar real o que a gente deseja para a nossa cidade.

marcos oliveira

FAROL: Marquinhos, agora indo para a esfera do xadrez político de 2016. Qual vai ser a postura ideológica do Marcos Oliveira na Câmara? Há a insistência de algumas pessoas de rotular você como adesista ou de engrossar a bancada da oposição. Eu conversei com Sebastião Oliveira, que me relatou que tem uma extrema confiança em você e conta com Marcos Oliveira no grupo da oposição. Como você vê essa história de ser oposição, de ser adesista?

M.O.: Eu já coloquei que não vejo com bons olhos essa história de situação e oposição. Eu quero dizer que eu não vou fugir dos meus princípios, não vou fugir do que eu coloquei. Eu vou fazer o papel que um vereador tem que fazer para o que foi eleito, é fiscalizar, é acompanhar o poder municipal, as entregas que devem ser feitas. Por exemplo, nós temos aqui uma grande demanda de obras inacabadas, tanto pelo poder municipal quanto pelo governo do estado. Porque se tem um corpo de bombeiros que tem dois anos que está lá com a estrutura parada.

Eu vou fazer realmente essa radiografia, vou cobrar, vou fazer oposição e vou apoiar o governo quando merecer e quando precisar do meu apoio. Eu não vou fazer oposição ao desenvolvimento da minha cidade. Isso eu já deixei claro, essa é a nossa posição, a minha linha. Eu acho que essa deve ser a linha de todos os vereadores, porque se se trata de um poder independente. O poder Legislativo é um poder independente, agora o que for bom nós vamos contribuir e o que não estiver bom nós vamos cobrar para que realmente fique.

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Nós temos que defender o interesse do povo, não é o interesse de um governo, não é o interesse de uma oposição. Esse será o meu posicionamento na Câmara de Vereadores, não tem uma posição dúbia não, minha posição é essa.

FAROL: Para finalizar, como é que está o coração para logo mais a noite, a casa vai estar cheia para recepcionar o novo vereador de Serra Talhada?

M.O.: Giovanni, eu quero dizer que estou feliz. E não poderia estar diferente, foi uma coisa que nós buscamos, nós sempre nos identificamos com o povo. Eu estou feliz, não pelo título, pela vaidade de ser vereador, claro que é importante, é um cargo importante. Mas pelo fato daquela Casa ser a Casa de discussão, onde vão ser redigidas as leis que vão reger o município, a casa que vai discutir o desenvolvimento da nossa terra, as problemáticas da nossa terra.

Então, eu estou feliz por estar no centro da discussão, não por vaidade pessoal. Claro que é mais um sonho realizado, de muitos outros que, graças a Deus, conseguimos realizar. Eu estou feliz, amanheci o dia, como sempre, agradecendo a Deus por tudo, pelo dia de vida e agradecendo por essa oportunidade, a oportunidade de poder fazer pelas pessoas. Eu tenho minha vida profissional resolvida, então, eu quero dedicar uma parte da minha vida, do meu tempo às pessoas de Serra Talhada. E ajudar no desenvolvimento de minha terra.

Eu acho que esse é o meu sentimento e vou levar ele do começo até o fim do mandato, que para alguns é um grande fim de mandato, mas nós vamos considerar um grande mandato por completo. Um mandato curto, mas um mandato propositivo, com propostas e a construção de um desenvolvimento para a nossa cidade. E essa é a minha vontade, é o meu desejo e é o nosso objetivo que vamos ter na Câmara de Vereadores a partir de hoje com a solenidade de posse e a partir de segunda-feira quando nós já vamos participar da sessão ordinária.

marcos