O FAROL entrevistou o secretário de Serviços Públicos, Célio Antunes, para tratar de assuntos considerados polêmicos e vitais para o desenvolvimento de Serra Talhada. Entre os temas abordados está a tão aguardada municipalização do trânsito na Capital do Xaxado. Vale a pena conferir!

ENTREVISTA – CÉLIO ANTUNES

celio antunes 3Fotos: Alejandro Garcia / Farol

Colaborou Emanuelle Silva (do Farol de Noticias)

FAROL: Secretário, semana passada, o advogado Waldemar Oliveira, que é pré-candidato a prefeito de Serra Talhada, fez duras críticas ao que ele está chamando de desorganização do trânsito. Como é que o senhor recebe essas críticas vindas de setores da oposição, e se existe alguma novidade com relação ao disciplinamento do trânsito da cidade?

Célio Antunes: O direito de crítica, ele vem de um país democrático, ele tá aberto, tá aí. Inclusive, da crítica a gente tira grandes soluções a serem trabalhadas. Na realidade, quando a crítica é construtiva, quando a crítica passa a ser mais um briga política, aí o processo se inverte. Porque, se tem uma gestão que nunca deixou de trabalhar com relação ao trânsito, foi a gestão de Luciano Duque, é tanto que hoje, todos os semáforos de Serra Talhada têm o seu foco uma lâmpada led.

Nós estamos aí há um ano e pouco que foi alterado todo esse processo, os semáforos foram substituídos uma grande parte deles. Para você ter uma ideia, nós estamos há mais de um ano sem nenhuma interrupção dentro de um semáforo desses, manutenção só preventiva e não corretiva de espécie alguma. Antes, dois três cruzamentos desses por dia dava problema, hoje não acontece de jeito nenhum.

Agora o trânsito de Serra Talhada é muito complexo, o trânsito daqui não é fácil de ser trabalhado, mas está sendo trabalhado e a partir do dia 24 de abril nós vamos estar ai funcionando os seis novos cruzamentos com novos semáforos. Foram pontos estrategicamente estudados por uma empresa que tem experiência no assunto, que é a Sinal Vida, que tem uma licitação e está trabalhando essas questões aí adequadas ao trânsito. Nós estamos pautando desde a municipalização do trânsito até chegada à zona azul.

Dia 24 é o dia D, é o dia em que nós vamos acionar todos esses semáforos, as placas complementares já vão ser implantadas daqui a oito dias, todas elas. Nós vamos colocar com adesivos, para só tirar esse adesivo quando a placa for ter a sua funcionalidade. Porque, no Centro da cidade a maioria das ruas vão sofrer alterações. Por exemplo, todas elas vão passar a ter sentido único, certo. Porque um lado servirá para estacionamento e o outro para fluidez do trânsito.

celio antunes 2

FAROL- Como foi feito este estudo para viabilizar as mudanças?

Célio Antunes-  Foi um estudo levantado por três vezes que a equipe veio aqui, passando de 4 a 5 dias estudando os pontos de conflitos relacionados ao trânsito, para poder fazer esse trabalho. Esse trabalho foi apresentado, foi discutido, foi analisado, foi discutido com a Câmara de Dirigentes Lojistas, com os empresários, foi apresentado a eles. Demos um período de estudo para que eles opinassem em alguma coisa em contrário, aprovaram 100% tudo que foi levantado.  E nós estamos aí prontos para implantar, já está tudo definido. Todo esse material a prefeitura já conseguiu, esse é um investimento acima de 300 mil reais, dentro da sua totalidade. Em uma hora como essa, que estamos com tantas dificuldades financeiras, o governo municipal com recursos próprio está trabalhando essa questão.

FAROL- Quais serão as ruas que terão o sentido alterados?

Célio Antunes- Então, nós temos aí a Joca Magalhães que vai passar a ser mão única a partir do Pronto Socorro São José, a partir da Cornélio Soares. A Comandante Superior vai passar a ser mão única entrando a partir do Posto do Vale. Nós temos a Jacinto Alves de Carvalho que vai ser mão única subindo. Nós temos a Manuel Pereira Lins que vai passar a ser mão única da praça Manuel Pereira Lins até a linha ferroviária, também no sentido descendo. Nós temos a Padre Ferraz que vai ser invertido o seu processo, no lugar de sair ela vai entrar.

Nós temos a Agostinho Nunes de Magalhães, que ela vai inverter o sentido, já que a Padre Ferraz ela vai passar a ser entrando, a Agostinho será saindo, porque isso facilita que entra pela cidade no sentido Borborema. Inclusive, a Praça principal, a praça da Matriz, ela só vai ter dois pontos de acesso praticamente de quem vem do lado da BR-232, que seria a Comandante Superior e a rua Agostinho Nunes de Magalhães, e aquela parte ali também vai ser entrada. Nós temos também, a Tiburtino Nogueira, a rua ali atrás do colégio Imaculada Conceição, ela vai ser mão única subindo.

A rua Afrânio Godoy ela é mão única descendo, e vai pegar de lá da Afonso Magalhães e vai ser mão única descendo até a Tupan, até o Pátio da Feira Livre. E na Afonso Magalhães nós temos quatro cruzamentos com semáforos, dois na Afonso Magalhães onde estão criticando se nem saber o porque, é porque próximo ao Mercantil nós vamos acabar com o índice de acidentes que acontecem ali. Já teve acidente de óbito, já teve acidente de amputação, inúmeros acidentes de carro e de moto já aconteceram ali.

Porque ali é um cruzamento que converge com seis ruas. Não tem como fazer se não for fechando, então, nós vamos fechar aquela área, acaba esse conflito que está gerado e com isso nós abrimos uma saída à frente e uma antes onde nós colocamos os dois pontos de cruzamento exatamente com semáforos. Porque o semáforo dá a condição de que diminui a velocidade, dá a garantia de o pedestre passar e você tem uma maneira segura de fazer o retorno. Então, quem vai entrando na cidade, não sei se você percebe, vou te mostrar aqui o projeto, você sai da Afonso, dá uma saidinha e pega voltando e para no cruzamento para fazer o retorno.

célio antunes

Do mesmo jeito é quem vai ao sentido da BR, você vai e entra para aquela rua da cruz da moça ai lá onde tem aquele lava jato você pega voltando para fazer aquele retorno. Quer dizer, aquele conflito que gerava um número de acidentes elevado ele vai, se Deus quiser, deixar de existir. Como vem acontecendo no binário da Conceição. As pessoas não usam da sua educação para com o trânsito, eu não sei como não aconteceu acidente. Que quem roda muito em Serra Talhada naquela área, percebe que funcionou. Mais de 90% do binário, inclusive com pesquisas feitas de aprovação da população, mas ainda existem pessoas que circulam na contramão e na hora que acontecer algum acidente, será com gravidade.

E isso a gente pode corrigir justamente com a questão da municipalização, que está em andamento, certo. Essa municipalização, tudo que a Cetran , que é o Conselho Estadual de Trânsito, solicitou que ainda faltava para poder concluir o levantamento e encaminhar ao Denatran, em Brasília, já foi entregue. Quando eu estive com Semiramis Queiroz, que é a gestora do Conselho, e foi feito um levantamento geral, toda a documentação está Ok, todas as portarias de todas as pessoas que estão compondo a Superintendência de Trânsito, que é uma autarquia. A Jare já está composta, foi todo mundo nomeado já e todas as leis, tudo Ok.

E agora é a gente aguardar o tempo que leva para isso tramitar, que acredita ela (Semiramis) que nesses 40 dias, 45 no máximo, isso deva estar sendo solucionado pela Denatran. E a partir do momento que sair a municipalização, nós vamos ter a autonomia dentro do trânsito. Porque nossos fiscais vão ter autonomia para punir com rigor os infratores, se a gente não fizer isso não tem como revolver. Pode colocar o semáforo que quiser, a placa que você quiser.

Inclusive, as placas regulamentares, muitas delas em Serra Talhada são arrancadas pelos donos da calçada da residência ou do comércio que está em frente. Aquilo que não me permite ao meu gosto, eu vou lá e destruo, eu tiro à noite, na madrugada. Mas a gente está pronto para investigar tudo isso, pelo processo dessas alterações, pela lei, a gente colocou até semáforo para pedestre. Lá na entrada da faculdade, que é a Afonso Magalhães, com a José Dantas do Nascimento.  Aquela rua vai ser mão única também, entrando apenas, a saída fica na rua Enock Carvalho que também vai ter semáforo ali, aquela abertura você já sai direto tanto para sair da cidade, quanto para acessar o centro comercial do município.

celio antunes 4

FAROL: Todas essas mudanças que vão acontecer a partir do dia 24 de abril e antes desse período terá um trabalho educativo na cidade?

Célio Antunes: Boa pergunta. Com relação a tudo isso, está programado para de uma forma só começar isso aí. Nós estamos capacitando 35 profissionais para trabalhar no processo de educação, eles não vão trabalhar como agentes de trânsito punindo ninguém, até mesmo porque por lei, nós temos que passar de 45 a 60 dias fazendo um trabalho só educativo, que o intuito nosso não é arrecadar, é educar.

Fazer com que as pessoas possam transitar livremente pelo centro da cidade que está caótico hoje, mas se Deus quiser, dentro em breve a gente vai estar com isso ai funcionando perfeitamente e vamos evitar que as pessoas andem na contramão, respeite o sinal fechado, respeite o pedestre, respeite o motociclista. E cada um procurar respeitar um ao outro e as placas de regulamentação, a coisa vai acontecer naturalmente, sem prejuízo para ninguém.

Quando for daqui a três, quatro meses nós vamos ter uma zona azul funcionando. Antes disso, que assim que sair a municipalização o zona azul já vai estar pronto, porque nós já estamos no processo de licitação. A empresa que ganhar essa concessão vai trabalhar todos esses pontos de mais ou menos umas 600 a 700 vagas entre motos e veículos. A questão do zona azul ela controla bastante o problema do tráfego.

FAROL: Há um prazo para instalação do zona azul?  

Célio Antunes: A questão do zona azul depende do Denatran. Quando o Conselho Estadual de Trânsito encaminhar a Brasília solicitando, dizendo que nós já estamos aptos a assumir o trânsito, que inclusive até relatório do Detran eu conseguir mandar, de todas as ações operativas que o Detran tem feito com relação à fiscalização aqui em Serra Talhada em parceria com nossos agentes. Aproveitei também o momento do Todos por Pernambuco para solicitar do secretário de Segurança Pública pela quarta vez, falei na oficina numa plenária de mais de 40 pessoas, cobrei dele o porquê de Serra Talhada não ter sido contemplada com o convênio com o 14º Batalhão e a Superintendência de Trânsito.

Porque a gente sabe que a polícia impõe respeito e uma viatura dentro do convênio, dentro dos mesmos moldes do convênio que existe em Arcoverde e outros municípios, da prefeitura participando com verba de custeio mensalmente. O trânsito teria fiscalização no mínimo 12 horas por dia, isso diariamente durante os 30 dias do mês. Os agentes acompanhados, porque eles não podem fazer a questão da multa, mas acompanhados de uma equipe do comando militar, a história seria bem diferente.

Solicitei a ele, e ele justificou que tinha perdido o oficio há um ano, quando ele veio com aquela equipe, foi entregue em mãos. E ele pediu que eu refizesse e eu estou refazendo, hoje será encaminhado de novo para ver o que acontece, mas já estamos solicitando, como já renovamos o convênio com o Detran, já está renovado. Fizemos uma solicitação para que o convênio de operação e fiscalização do Detran, mesmo depois da municipalização, ele não deixe de acontecer. Porque há uma necessidade muito grande e os municípios que estão em processo de municipalização eles têm o apoio de um órgão que conhece como ninguém a estrutura do trânsito, como é o caso do Detran. Então, eu fiz essa solicitação. Ela foi bem atendida por todos que estavam participando da plenária. E graças a Deus as coisas estão fluindo, estão andando. Eu tenho certeza que vai dar tudo certo.

celio antunes

FAROL: Então, no segundo semestre Serra Talhada vai estar com uma cara nova no trânsito?

Célio Antunes: Com certeza, esse semestre nós já vamos funcionar com praticamente tudo. Então, vamos dizer que nesse semestre já esteja tudo em pleno vapor. Inclusive, o zona azul. Vamos correr agora para ver a questão dessa municipalização, porque eu não posso implantar o zona azul sem estar municipalizado. Porque aí eu vou estar colocando exatamente o carro na frente dos bois, mas queremos nesse momento, pedir o apoio de toda a imprensa, a imprensa de rádio, televisão a gente também vai procurar fazer alguma coisa.

Vocês que hoje tem uma comunicação muito grande, muito aberta, com todas as redes de comunicações através desses blogs. Para a gente exatamente informar, eu vou passar exatamente para cada um todas essas ruas que têm um tráfego muito grande de veículos e de motos, para que a gente já faça uma divulgação antecipada, de que elas vão, a partir do dia 24 de abril, sofre algumas alterações.

Então, a gente vai pegar essas pessoas que estão sendo capacitadas para ficar nos pontos estratégicos para a gente estar sinalizando e educando, para evitar acidentes e transtornos à sociedade serratalhadense.

Inclusive nós estamos aí prontos, a autarquia está aí pronta, todo mundo com suas portarias. Temos duas viaturas para trabalhar nessa questão do trânsito e duas motos. Com isso já dá para a gente começar um bom trabalho. No próximo semestre, a gente já vai trabalhar, porque hoje por lei você pode trabalhar alguns guardas municipais, prepara-los para colocar para trabalhar na questão do trânsito.

Então, a gente vai capacitar esse pessoal que a gente tem na guarda municipal para compor, porque o nosso quadro era de 14 agentes e hoje nós só temos sete. E sete deles saíram porque fizeram concursos em outras áreas, foram contemplados e pediram demissão, mas a gente vai recompor esse quadro, mas dá para a gente trabalhar com essas parcerias e com o sistema como ele está sendo aplicado, quando se colocar os parquímetros e a zona azul for funcionar a coisa muda de figura, porque o zona azul é um limitador de espaço e ele busca exatamente fazer com que o trânsito flua de uma forma bem melhor e mais educada.

FAROL: Só para fugir um pouco da pauta do trânsito, e para finalizar, o que é uma demanda de leitores do FAROL, com relação à Estação de Tratamento do Vila Bela. Em que pé está à obra, que naquele período ficou a dúvida de quem é a responsabilidade? Tem alguma novidade com relação a isso?

DSC_0045

Célio Antunes: Aquela velha história, e participei de uma reunião com o superintendente da Caixa Econômica, isso já tem um ano, em Caruaru, e com o engenheiro representante da Duarte. E eu estava representando o olheiro no município. Na época foi levantado todas as irregularidades no bairro Vila Bela, inclusive o assunto era só a estação de tratamento, mas eu aproveitei e fiz o superintendente também tomar conhecimento, que lá também estavam dois engenheiros da Caixa que tinham conhecimento de tudo aquilo. Porque a Caixa tem que ter seus engenheiros para acompanhar exatamente essas construções.

E disse a ele que também que todas as ruas estavam esburacadas, porque também em toda a Vila, a água não chegava às caixas das casas, das residências. Então, tiveram que abrir todos os ramais para ser refeito todos eles, porque tinham sido feitos de uma forma toda errada. Então, todo aquele buraco que foi aberto em função dessa questão irregular de construção continua do mesmo jeito.

Mas voltando ao que você falou da estação de tratamento, a culpa foi toda do projeto de engenharia, segundo o engenheiro químico da Compesa, que também fez parte dessa reunião. Ele disse que a Compesa não receberia a estação de tratamento da forma como ela está porque o projeto dela não contempla a quantidade de residências que estão interligadas a essa estação de tratamento.

Então, ficaram de levantar e estudar essas questões, ver quem iria assumir o ônus para resolver o problema e não se resolveu. A semana passada, hoje está mais ou menos com 10 dias, eu estive com o engenheiro da empresa que construiu essa estação de tratamento, que foi contratada pela Duarte Engenharia e o prefeito, como a população está no prejuízo, o prefeito pediu que fosse feito um estudo. Esse estudo deve estar sendo entregue essa semana, para ver quanto vai se gastar para consertar aquele processo.

A empresa que construiu, que projetou, ela diz que está dentro da capacidade, mas o problema talvez o problema tenha sido operacional. O que é que a gente está fazendo para acabar com esse problema? A própria empresa vai deixar a estação de tratamento operando novamente, vai consertar todos os problemas que possa existir e nós vamos abrir outro contrato com essa mesma empresa para ela operar essa estação de tratamento por seis meses.

Nós vamos fazer um contrato de seis meses para ela operar, para ver se realmente está dentro daquilo que ela está dizendo, que ela construiu e ela vai operar. Se der certo, a gente vai, a prefeitura vai ver se a Compesa ainda quer receber esse serviço. Caso não queira a gente ter vai montar uma equipe para trabalhar em parceria com a equipe da empresa, eles treinando e acompanhando esse pessoal para ver se a coisa flui e acontece. Mas nesses 10 dias ele ficou de informar tudo isso aí, para gente vê quanto vai custar aos cofres do município.