selo-farolA história de Maria Luiza, que emocionou Serra Talhada na última quarta-feira (2), chegou ao desfecho desejado pela família (relembre) apesar de descobrir que ela ainda estava viva quando foi deslocada para Recife. A adolescente que era autista e tinha apenas 18 anos, faleceu nesse domingo (6), dia em que completaria 19 anos. No entanto, suas córneas trarão de volta a visão de duas pessoas. O FAROL entrevistou a mãe de Maria Luiza, Jucilene Aparecida Rodrigues, 37 anos, que foi a principal motivadora da doação dos órgãos. Segundo ela, a menina foi transferida na última sexta-feira (4) e apenas as córneas puderam ser doadas.

Jucilene Rodrigues relatou que não conseguiu a doação de todos os órgãos, mas um deles irá ajudar uma jovem que há 15 anos espera na fila de transplantes. “Não conseguiram estabilizar a pressão dela para poder fazer a retirada dos outros órgãos no Hospital da Restauração. Mas se Deus quiser ela ajudará quem precisa. A moça do Imip me falou assim: ‘mãe, uma das pessoas que vai receber as córneas dela tem 15 anos que não enxerga’. Duas pessoas receberão as córneas. Eu já estou aqui em Serra, ontem (domingo, 6) o coraçãozinho dela parou e aí eu resolvi enterrar logo”.

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Após a matéria do FAROL sobre o caso, a família enfatizou que conseguiu a transferência da adolescente para Recife. “O FAROL ajudou muito, se não fosse a matéria dr. Ricardo, que é um neurologista novo que entrou no Hospam, não tinha conseguido tudo. Passou o dia todinho correndo atrás disso e conseguiu o jatinho para levar ela, arrumou a vaga na Restauração e se não fosse ele também, Maria Luiza tinha morrido aqui em Serra e com o diagnóstico de morte encefálica”, contou a mãe.

DIAGNÓSTICO DO HOSPAM

De acordo com a mãe de Maria Luiza, o diagnóstico prévio do Hospam que indicou a morte cerebral da menina não se confirmou após exames mais complexos, realizados em Recife. Para a equipe médica da capital pernambucana, a jovem teria chances de sobreviver caso tivesse sido transferida imediatamente. “Ela não estava com a morte encefálica, estava em coma profundo. Ela chegou lá e quando fizeram os exames para ver se ela tinha sensibilidade ela respondeu, encolheu as pernas, mexeu a mão”, detalhou a mãe, concluindo:

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“Fizeram uma ressonância e me disseram que ela não estava morta, não. Agora estava muito grave, a pressão estava muito baixa. Os médicos do HR disseram que se tivessem transferido Maria Luiza no mesmo dia ela ia ficar com sequelas, mas ia sobreviver porque foi uma hemorragia craniana. Ela teve um AVC e eles não perceberam. Simplesmente deram morte encefálica, quando na verdade ela estava em coma. Se tivesse drenado o sangue, tivessem feito o procedimento correto ela podia estar viva ainda”.

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