A escassez de água nas zonas urbana e rural de Serra Talhada também está provocando conflito entre as duas esferas de governo na Capital do Xaxado. Nessa terça-feira (29), durante entrevista ao FAROL DE NOTICIAS, o coordenador da Defesa Civil de Serra Talhada, Patrício Ferraz, fez severas críticas ao Instituto de Agronômico de Pernambuco (IPA) por não ter, segundo ele, uma participação mais ativa na distribuição de água aos moradores da zona rural na cidade.

“Não tivemos mais nenhuma ajuda dos carros-pipas do IPA no campo. O está acontecendo é o seguinte: as pessoas vão até ao órgão e os funcionários do IPA mandam elas irem para a prefeitura”, desabafou Ferraz, lamentando a ausência de um esforço conjunto no abastecimento a zona rural. “A situação está muito difícil e o IPA não está fazendo a sua parte”, complementou.

Por conta deisso, explica Ferraz, o calendário de abastecimento aos agricultores do município está atrasado. O governo municipal coordena 21 carros-pipas monitorados pelo Exército Brasileiro e o Instituto Agronômico de Pernambuco possui nove carros de abastecimento. “Eles (IPA) estão entregando caixas d’águas, mas não levam a água. Então, do que adianta”, questiona Ferraz.

OUTRO LADO

A reportagem conversou com Fernando Nogueira, gerente do escritório do IPA em Serra Talhada, que rebateu as críticas disparadas por Patrício Ferraz. Entretanto, Nogueira confirmou que houve uma redução do número de carros-pipas contratados pelo órgão.

“Dos nove carros temos apenas cinco. O problema é que temos que abastecer 600 caixas d’agua de mil litros com apenas cinco carros”, relatou Nogueira. Ele disse que os pipeiros estão preferindo trabalhar com a Compesa por conta do valor pago por quilometragem. “Nós pagamos R$ 1,80 por quilômetro rodado. Estamos à procura de motoristas e não encontramos”, justificou.

Fernando Nogueira também relatou que em nenhum momento o IPA se ausentou do trabalho de abastecimento na zona rural. “A nossa prioridade é abastecer as caixa d’águas que a gente distribuiu”, finalizou.