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O pai da criança, Juvenal Sebastião, teme que sua filha recém-nascida fique com alguma sequela

Fotos: Farol de Notícias / Emmanuelle Silva

Uma família de agricultores do distrito de Tauapiranga passou por momentos de aflição neste fim de semana. A primeira filha de um casal teve o rosto ferido durante um parto no Hospital Agamenon Magalhães (Hospam), em Serra Talhada. Na noite desse sábado (13), uma jovem de 20 anos chegou no hospital para dar a luz, no momento do parto o médico teria feito um procedimento arriscado, que ocasionou um corte no rosto da recém-nascida e por pouco não atingiu o olho do bebê. Recebemos na redação do FAROL familiares revoltados com a situação e culpam o médico pelo ocorrido.

O pai da criança, Juvenal Sebastião, 37 anos, relatou o sofrimento da sua esposa, Maria Gabriela. “Nós chegamos sábado à noite no hospital para ter o bebê, era caso de fazer uma cesariana. Mas ficou sofrendo eu nem sei por quantas horas. O médico era Dr. Francisco, conhecido como Dr. Fanão. Não fazia nada, daí minha mulher se manifestou: ‘vão deixar eu morrer aqui? Não vão fazer nada?’. Daí ele veio com a maior cara de pau e arrancou a criança. Ele puxou com ferro, quer dizer, colocou aquele ferro sem nem saber onde estava, se estava tocando o rosto da menina”, relatou o agricultor, com indignação.

O pai acusa o médico de ter ferido a criança em um procedimento que chamam de “parto fórceps”, onde é utilizado um instrumento, parecido com uma colher, para finalizar a retirada da criança do canal vaginal. Segundo os familiares, o médico e a direção do Hospam conversaram com a gestante e o pai do bebê, porém o caso gerou certa conturbação entre os pacientes e funcionários do hospital.

“A direção do hospital me chamou para conversar ontem, muito bem educadas elas, gostei delas. A psicóloga e a assistente social, mas elas não querem falar a verdade direitinho, mas na pele delas a gente conhece. O médico falou para a gente parar com ameaça de denúncia se não ele iria nos processar”.

Juvenal Sebastião cedeu ao FAROL uma foto do rosto da criança que apresenta, além dos pontos no corte, inchado e marcas roxas

O OUTRO LADO

A reportagem do FAROL conversou com a direção do Hospam. A Dra. Mauriciana Pereira nos informou que conversou com o médico e acompanhou o caso. Ela alegou que não houve negligência médica. “O parto evoluiu normalmente e o procedimento é padrão em casos de necessidade, utilizado apenas para desprender a cabecinha da criança. Podem acontecer complicações e em algumas crianças ficam leves sequelas, mas nesse caso foi um cortezinho. Todo mundo se sensibiliza em ver um bebezinho com o rosto cortado, mas o médico não responderá nenhum processo ético profissional. Toda essa confusão só aconteceu 12 horas depois da criança nascida”, explicou a Dra. Mauriciana.