menino-fumando-maconha

O FAROL lança nesta terça-feira (3) a série de três reportagens INFÂNCIA EM RISCO que vai mostrar, ao longo dos próximos dias, a frágil situação de crianças e adolescentes em Serra Talhada. Traçaremos um breve diagnóstico sobre o uso de drogas, o avanço da criminalidade entre meninos e meninas, além de saber a opinião da juventude acerca do uso da maconha na cidade. Vale a pena conferir!

Por Manu Silva // Fotos: Alejandro García

Em apenas três anos aumentou em 14,2% o número de crianças e adolescentes usuárias de maconha atendidos pelo Centro de Atendimento a Usuários de Drogas de Serra Talhada (Caud), órgão ligado à prefeitura. Os dados foram coletados pelo FAROL com base na pesquisa “O uso da maconha por adolescentes em Serra Talhada”, realizada por estudantes do 8º ano do Colégio Municipal Cônego Tôrres, orientados pelo professor Adrielio Moreno (saiba mais). A pesquisa reuniu uma amostragem de atendimentos no Caud com crianças e adolescentes de 9 a 18 anos entre os anos de 2012, 2013 e 2014.

Veja também:   Chegada do Pix causa aumento do número de sequestros-relâmpago em SP

Nesse período, ao todo foram registrados 90 atendimentos de meninos usuários de maconha no Caud. De acordo com os dados, em 2012 foram 28 atendimentos, em 2013 o número subiu para 30 e em 2014 aumentou para 32. De 2012 a 2013 os acolhimentos aumentaram 7,1%. Entre 2013 a 2014 cresceu 6,6%. Só este ano, de janeiro a outubro, já são 47 meninos e meninas acolhidas pelo Caud na Capital do Xaxado. Em conversa com o FAROL, a coordenadora do centro, Wedja de Lima, ratificou que as crianças e adolescentes recebidas são vulneráveis e usuárias de outras drogas, inclusive álcool e nicotina.

Veja também:   Homem é morto com golpes de faca após discussão no Pajeú

Tabela Caud.jpg

“No Caud nós fazemos o acolhimento das crianças adolescentes que são acompanhadas por enfermeiro, psicólogo, assistente social, educador, conselheiro tutelar, psiquiatra. Eles realizam a prática de esportes, reforço escolar, trabalham na horta, durante a manhã. No período da tarde eles vão para a escola e nós fazemos o acompanhamento com a família. De 50% a 100% dos atendimentos são bem sucedidos. A criança mais jovem que recebemos tinha nove anos e era usuária de crack, mas conseguimos afastá-la da droga. As drogas mais comuns são maconha e crack, além das lícitas como o álcool e o cigarro. A cocaína nem tanto, pois é cara”, explicou a coordenadora.

Veja também:   Dor e emoção no adeus a Dona Célia Oliveira

A coordenadora do Caud, Wedja de Lima, chama atenção para a vulnerabilidade de crianças e adolescentes para as drogas lícitas e ilícitas  
Wedja

O Caud acolhe crianças e adolescentes de 9 a 18 anos em Serra Talhada

DSC_0621 (1)

DSC_0650(1)DSC_0637(1)

Garotada deixa nas paredes do Caud as marcas de um trabalho em favor da recuperação

DSC_0629

O professor Adrielio e os alunos Adson e Ayrton apresentaram a pesquisa sobre o uso da maconha entre jovens serra-talhadenses na XXI Ciência Jovem, em Olinda 

SAM_4861(Foto cedida pelo professor Adrielio)