históriaPor Luciano Menezes, Historiador

As invenções e falsificações da História sempre necessitaram do poder de “fazer crer”, ou seja, de produzir crenças em um grande número de pessoas. Logo, para falsear fatos é necessário transformá-los em inquestionáveis e “evidentes”. Nesse caso, qualquer sinal de incredulidade corre um sério risco de ser afogado no mar imenso da crença cômoda. Não foi em vão que o velho Sêneca proferiu: “Unus quisque mavult credere, quam judicare” (qualquer um prefere crer em vez de julgar por si mesmo).

Foi crendo nas crenças que a palavra “rei” virou sinônimo de bondade, de supremacia e de perfeição. Apagava-se assim, toda maldade e toda tirania exercidas pelo poder régio. Foi justamente abusando da credulidade do povo que inventaram histórias fictícias, preenchendo livros e mentalidades com figuras “heroicas”, agigantadas pelos seus “grandes feitos”.

Toda deturpação da História aconteceu ferindo o bom senso e esnobando das perpétuas obediências as regras, que é comum nas mentalidades de recrutas. Foi desse modo que tentaram perpetuar pessoas, estampando nomes em praças, ruas e prédios públicos. Porém, essas tentativas ásperas de santificação e de imortalização, aos olhos de uma filosofia mais sensata, não passa de uma maneira desesperada, medíocre e grosseira, de tentar se eternizar.

Invenções e falsificações históricas, muitas vezes, são produzidas pelas “oficialidades”. Aliás, a “autoridade” deles é um poder que nunca será partilhado.

Então, a lógica de quem tem a “autoridade” exclusiva para afirmar alguma coisa como uma suposta verdade, vai sempre procurar banir todos os “charlatões”, todos os “pajés”, para impor uma ditadura exclusiva e autoritária dos especialistas.

Na verdade, cada vez mais, muitas historinhas apresentadas como verdadeiras, vêm perdendo forças e, na atualidade, seus poderes de convencimento se encontraram extremamente fragilizados.

Esses falseamentos históricos estabelecem ordens a serem seguidas, constrói ideias absurdas, como por exemplo: o “político imaculado”, que chega ao ponto de ser inaceitável por seus devotos e eleitores, o seu caráter de homem mortal e de igualdade perante pessoas “comuns”.

A conclusão que se tem é que, quando não identificamos o ilusório aberrante, como diferente de algo real, pode ocorrer uma propaganda enganadora e perigosa.

Ilusões, falsificações, distorções e mentiras históricas que se espalham, às vezes, com o auxílio dos “ministros” e “sacerdotes” das “oficialidades,” outras vezes, dissipadas pelas figuras “sanguessugas” da História, que não oferecem vantagem alguma para sociedade, pelo contrário, sugam extravagantemente riquezas que pertencem ao povo que realmente trabalha.