Negra em 1957 nos EUAPor Diego Ferreira, Presidente do Movimento Negro pela Igualdade Etnicorracial de Pernambuco (MONIR – PE)

Hoje eu abri meu WhatsApp e recebi um convite para participar da 2ª Passeata pela Paz em Serra Talhada no próximo dia 26. Até ai tudo bem, mas solicitaram aos participantes que vestissem roupa branca na referida passeata. Logo confirmei presença, mas disse que irei de preto porque temos que acabar com a história que o branco é da Paz e o preto do Luto. Para uma passeata como essa, que tem por finalidade sensibilizar o poder público e a sociedade para o fim da violência na nossa cidade, não é importante que estejamos com roupas das cores branca, rosa, preta, azul, amarela. Enfim, qualquer cor, o que vale é comparecer.

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Um outro exemplo desse racismo velado está no nosso dia a dia, no qual falamos palavras racistas sem perceber. Veja alguns exemplos de frases/palavras racistas que utilizamos cotidianamente:

Palavra: Mercado Negro
Frase: “Eu comprei esse relógio no mercado negro”.
Minha pergunta à sociedade: Porque o mercado ilegal tem que ser negro?

Palavra: Vulto Preto
Frase: “Vixe! Eu vi um vulto preto atrás do sofá, será que é um demônio?”
Minha pergunta à sociedade: Se é preto é demônio?

Palavra: Coisa Preta
Frase: “Não conseguir emprego, a coisa tá preta hoje”.
Minha pergunta à sociedade: Se fosse branca conseguia emprego?

Palavra: Denegrir
Frase: “Amaral  entrou com uma queixa-crime contra Mantega no Supremo, acusando o  ministro de calúnia, injúria  e difamação, pois teria usado a representação para denegrir a sua imagem”.
Minha pergunta à sociedade: É sabido que denegrir é o mesmo que tornar negro, então porque denegrir é calúnia, injúria e difamação?

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Palavra: Dia de Branco
Frase: “Maria, trabalhar porque hoje é dia de branco”
Minha pergunta à sociedade: Então o negro não trabalha?

Palavra: Fedor de negro
Frase: “Hoje eu tô com um fedor de nego danado”.
Minha pergunta à sociedade: Quer dizer que branco cheira bem e o negro mal?

Temos que erradicar essa palavras/frases racistas das nossas falas, pois sabemos que as herdamos da época da colonização do nosso país, época que todos nós já sabemos a história de sequestro e subjugação do povo negro.