Do Correio do Povo

Londres convocou nesta quinta-feira uma reunião da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) para 18 de abril, depois que foi confirmada a tese britânica sobre a substância usada contra um ex-espião russo em solo britânico.

“Convocamos uma sessão do conselho executivo da OPAQ para a próxima quarta-feira para discutir os próximos passos. O Kremlin tem de dar respostas”, afirmou o ministro das Relações Exteriores britânico Boris Johnson em um comunicado.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que o gás usado contra Skripal pertencia ao grupo Novichok, armas químicas militares russas que são fabricadas apenas em laboratórios daquele país. Desta forma, May concluiu que havia apenas duas possibilidades: que a Rússia estava por trás do ataque ou que havia perdido o controle da poderosa neurotoxina, por isso procedeu à expulsão de diplomatas russos em retaliação.

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Se ficar satisfeita com o apoio de seu governo, May terá de decidir se consulta o Parlamento e, neste sentido, há precendentes para todos os gostos. Seu antecessor, David Cameron, não conseguiu, em agosto de 2013, o apoio da Câmara dos Comuns a uma resposta militar ao primeiro uso de armas químicas por parte de Al Assad contra a população civil.

Em compensação, em duas ocasiões Londres combardeou o grupo Estado Islâmico sem consultar os deputados. A desastrosa invasão do Iraque em 2003 e sua posterior ocupação, que resultou na morte de 179 soldados britânicos e manchou o legado do então primeiro-ministro, o trabalhista Tony Blair, ainda persegue o Reino Unido.

May conta apenas com uma limitada maioria na Câmara dos Comuns graças a um pacto com os unionistas norte-irlandeses, e o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, exigiu, também como fizeram alguns deputados conservadores, que qualquer passo conte com a aprovação do Parlamento. Uma pesquisa do jornal The Times publicada nesta quinta-feira revela que apenas 22% dos britânicos aprova uma operação militar contra a Síria.

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A OPAQ afirmou nesta quinta-feira que suas análises confirmam a tese britânica de que a substância neurotóxica usada no atentado contra o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha na Inglaterra veio da Rússia. “Os resultados das análises dos laboratórios (…) confirmam as descobertas do Reino Unido a respeito da identidade do químico tóxico”, afirma a organização com sede em Haia em um relatório apresentado em Londres.

Provas contra ataque químico

Nesta quinta-feira presidente francês Emmanuel Macron afirmou nesta quinta-feira que tem provas de que o regime sírio de Bashar Al Assad utilizou armas químicas em um ataque na zona rebelde e que a França responderá a esse ataque.