carlos e duquePor Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

E eis que Luciano Duque ganhou a eleição, foi reeleito. Nem precisou dos votos que seu ex-padrinho achava que transferiria. Resumindo: Luciano não precisa mais de Carlos Evandro para nada, pelo menos por enquanto, a não ser para ficarem rosnando a tal da herança maldita que um diz que o outro lhe deixou, e este outro nega confirmando sem querer. Pode isso, Arnaldo?

Vejam bem: as palavras fazem sentido. Esta semana, Luciano afirmou que Carlos havia deixado um rombo nas contas municipais no valor de 15 milhões de reais para seu sucessor pagar. E Carlos retrucou que pior fez Luciano, que quadruplicou a dívida. Para o bom entendedor, Carlos, querendo ou não, admite o rombo, afirmando a seu modo que Duque já o elevou a 60 milhões de reais.

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Quem foi o grande ganhador das eleições em Serra Talhada? Ora, Luciano, é claro! E quem foi o grande perdedor? Sobretudo, foi Sebastião Oliveira. Demonstrou o tempo inteiro ser um grande trapalhão. Entre tantas trapalhadas, conseguiu desconstruir, propositadamente ou não, o nome de Fonseca, que era certo para disputar contra Luciano. Alijou do processo um bom candidato. Teve que achar outro de última hora e transformá-lo em palatável ao eleitorado serra-talhadense. E esse era o famoso quem? Victor Oliveira.

Desconhecido de todos, Víctor Oliveira, para surpresa de todo mundo e apesar da pouca idade, teve um excelente desempenho como candidato e conseguiu obter uma votação expressiva para quem caiu de paraquedas a dois, três meses das eleições. Esse perdeu ganhando. Pode ser um nome imbatível nas próximas eleições municipais, desde que Sebastião não o atrapalhe.

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Perdeu também Carlos Evandro. O criador foi engolido pela criatura. Perdeu mais uma vez Geni. Perdeu também Serra Talhada por ter que sustentar mais dois vereadores. Mais dois vereadores para quê? Para nada. Ainda bem que a sociedade reagiu e barrou pelo menos o aumento que estes se dariam. Faz-se necessário agora a sociedade empreender uma campanha firme e orquestrada para reduzir o número de vereadores para o pleito de 2020.

Mas Serra Talhada também ganhou ao se livrar do mando dos Pereiras, dos Carvalhos e dos Inácios/Oliveiras, ainda que o vice de Luciano seja um Oliveira. Mas vice não manda. Que o diga Tatiana Duarte. Nada contra essas honradas famílias, mas há talentos em outras mais. A sociedade serra-talhadense precisa renovar-se na condução política para evitar feudos e avançar com celeridade na direção do futuro promissor. Boa sorte para nós.