Da Agência Brasil

Brasileiros que viajam aos Estados Unidos (EUA) ou enviam crianças para visitar ou viver com parentes no país devem tomar cuidado com o statusmigratório – tipo de visto de entrada – antes de matricular os filhos em escolas públicas americanas. O visto de turista não pode ser usado para matrícula escolar, e o descumprimento da regra pode levar a detenções ou processos de deportação. As autoridades do setor podem interpretar casos assim como tentativas de imigração ilegal.

A advogada brasileira especializada em imigração Renata Castro disse à Agência Brasil que a tendência é que menores matriculados em escolas públicas entrem na mira do Departamento de Imigração. “Há um novo fluxo migratório brasileiro em curso, o que em algumas regiões está causando problemas para certos condados (distritos de alguns estados), por isso podemos esperar mais rigor por parte dos agentes imigratórios perante casos de estudantes com status de turista e mais critério das escolas na hora de receber alunos”.

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Renata alerta que a suspeita de crime federal não está configurada no ato de estudar em si, mas no incentivo ou apoio fornecido à entrada de um estrangeiro nos Estados Unidos com o objetivo de burlar as leis migratórias do país. “Caso as autoridades desconfiem de uma pessoa que chega com visto de turista, elas vão averiguar se houve crime contra as leis migratórias americanas”, destaca.

O consulado brasileiro em Chicago acompanha casos de menores que vieram ao país e tiveram a entrada negada em território americano sob suspeita de imigração ilegal.

O estudante brasileiro Vitor Fraga, 15 anos,  está detido em um abrigo para menores em Chicago desde a última quinta-feira (10). Ele desembarcou na última terça-feira (8) ao lado da avó, na cidade de Houston, no Texas.

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O local do abrigo em Chicago é mantido em sigilo e os menores são acompanhados por autoridades consulares de seus países.  A resolução de casos como esses envolve advogados, o próprio Itamaraty e a Justiça americana. Os menores são encaminhados a um abrigo para estrangeiros barrados em aeroportos ou fronteiras terrestres.

O adolescente entrou com o visto de turista e veio com a avó para visitar uma tia na Califórnia. O pai do garoto, Renato Fraga, já está nos Estados Unidos para acompanhar e ajudar na libertação do menino. Renato e a mãe de Vitor, Cristina Fraga, deram algumas entrevistas à imprensa brasileira relatando o caso.

Eles disseram  que as autoridades americanas pediram a presença de um responsável, apesar de a avó ter viajado com documento comprovando que era a responsável legal por ele durante a viagem.

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Vitor foi enviado ao abrigo sob suspeita de imigração ilegal. Segundo os pais, ele e a avó passaram o dia todo no aeroporto de Houston e por volta da meia-noite, ele foi levado e a avó liberada.

A família afirmou que Vitor foi aos Estados Unidos apenas para passar férias, mas que a tia o havia matriculado em uma escola pública para que ele estudasse inglês durante o período em que estivesse no país.

A matricula teria sido feita sem problemas e a escola não pediu documentos no momento em que ele foi registrado. Além disso, ainda segundo a família, o menino já tinha passagem de volta comprada.