Do Jornal do Brasil

O senador Renan Calheiros afirmou de maneira categórica que seu partido, o MDB, não teria quaisquer ganhos com uma candidatura do presidente Michel Temer nas próximas eleições.

“O MDB não tem vantagem com a candidatura do Michel”, disse em entrevista ao periódico Correio Braziliense. Renan também disse que a sigla precisa ‘sobreviver à hecatombe que o governo Temer provocou no partido’. O senador frisou que o MDB perdeu 15 deputados federais e sete senadores e atribui tal à administração.

Segundo Renan, Temer fez um governo com viés diferente do que apregoa o MDB. “Michel faz um governo estreito, com opção pelo mercado. Flexibilizou direitos trabalhistas em plena recessão, ampliou desemprego, não retomou os investimentos públicos nem privados”, comentou. Ainda de acordo com o senador, o partido sempre colocou em primeiro plano os interesses dos trabalhadores e os avanços sociais.

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Para Renan, o MDB tampouco deveria apoiar uma possível candidatura de Henrique Meirelles. Ele crê que a sigla tem de lançar nome competitivo e que, atualmente, não há nos quadros figura que pudesse ter bom desempenho nas urnas. “Esse sentimento de necessidade de preservar o MDB não se conjuga com a candidatura do Michel e do Meirelles, não é compatível. Daí a necessidade de um cenário alternativo, que precisa ser articulado”, frisou.

Além de desconsiderar, na atual conjuntura, candidatura própria do MDB, o senador teceu comentários acerca dos postulantes Joaquim Barbosa (PSB), Rodrigo Maia (DEM), Jair Bolsonaro (PSL) e Lula (PT). Para Renan, o ex-presidente deverá ser candidato.

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No caso de Rodrigo Maia, o senador questionou a fragilidade de sua candidatura. ” A candidatura do Rodrigo tem a mesma consistência da candidatura do Michel ou do Meirelles”, disse ao Correio.

Todavia, vê sob outro prisma as incursões de Bolsonaro e Barbosa. Penso radicalmente diferente dele [Jair Bolsonaro], mas não subestimo a candidatura”, afirmou. “Aliás, no mundo todo, esse fenômeno de direitização, de discurso contra política, tem crescido. E muitas vezes ganha, porque são subestimados”, destacou o senador.

“Se o Joaquim acertar na política, ele pode entrar no jogo com mais facilidade do que o Ciro Gomes, do que a Marina Silva ou do que o próprio Geraldo Alckmin. Mas precisa acertar na política”, frisou Renan ao comentar sobre Joaquim Barbosa. Contudo, ao ser indagado se apoiaria o ex-ministro do STF, elogiou seu nome, mas deixou claro: “É um nome respeitável, mas eu voto no Lula. Eu apoiaria o Lula”.

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