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Depois da melhor semana para o seu governo, com a aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais e o fechamento do primeiro acordo com os governadores, o presidente em exercício, Michel Temer, está leve. Tanto é que abriu as portas de seu gabinete para a primeira grande conversa com os principais jornais do país, o Correio Braziliense entre eles. Sorridente e até se permitindo fazer brincadeiras com o jeitão notívago do ministro das Relações Exteriores, José Serra, Temer conta os dias de sua administração. Ontem foi o 42º. Discorre com desenvoltura sobre economia e o seu desejo de medidas capazes de alegrar os investidores e reduzir juros ainda este ano, mas pisa com cuidado na seara política, justamente na que tem mais experiência.
Sobre a disputa pela Presidência da Câmara, diz apenas que um único candidato será útil para todos. Não deixa, entretanto, de tecer suas impressões sobre a presidente afastada, Dilma Rousseff, jogando nas entrelinhas das respostas que desprezar o parlamento e criticar o Judiciário não revelam um comportamento democrático. É incisivo quando se refere à proposta de antecipar eleições: “Toda vez que você rompe com o texto constitucional, você pratica um golpe, no sentido político. Ora, fazer eleições agora é romper com a Constituição”.
Ele só muda um pouco a expressão quando lhe perguntam sobre Sérgio Machado, mas não abandona aqueles colaboradores sob investigação, especialmente Romero Jucá. “Jucá é um parlamentar com vigor. Converso com todo mundo, não me cabe condenar”, diz.
Brexit e o Brasil
Essa é uma questão interna do Reino Unido e esse é um motivo pelo qual nós não podemos fazer nenhuma consideração sobre o foco político. Sobre o foco econômico, nós temos que dar um tempo para verificar o que vai acontecer. Agora não há condições de fazer análise desse fato.
Mercosul e os acordos
Não há nenhuma cogitação sobre sair. O Brasil foi o promotor do Mercosul. O que há, e talvez seja necessário, é uma readequação das regras do Mercosul. Nas viagens internacionais que fazia, não podíamos fazer certos acordos, especialmente tarifários, em função do Mercosul. Podemos perfeitamente manter o Mercosul e fazer uma revisão das regras; abrir a possibilidade de uma liberdade maior para os países contratantes. Talvez fixar até algumas coisas que seriam de ação conjunta e outras que seriam de ação individualizada, nessa área tarifária e tributária, nós deveríamos analisar isso. Muitas vezes não se pode fazer acordos por estar preso a uma tarifa comum.

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