Do Reuters

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte denunciou os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa por suspeita de participarem de esquema de pagamento de ao menos 11,5 milhões de reais em propina em troca de benefícios a empreiteiras, informou o MPF nesta quarta-feira.

A denúncia tem como base a operação Manus, deflagrada no início do mês tendo como origem a operação Lava Jato, na qual Henrique Eduardo Alves foi preso pela Polícia Federal em sua residência em Natal. Cunha, que já estava preso em Curitiba pela Lava Jato, também teve mandado de prisão contra ele.

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Os procuradores do MPF acusam os dois ex-parlamentares, ambos ex-presidentes da Câmara dos Deputados, de solicitarem, aceitarem promessa nesse sentido e efetivamente receberem “vantagens indevidas, de forma oculta e disfarçada, por meio de doações eleitorais oficiais e não oficiais, em razão da atuação política e parlamentar de ambos em favor dos interesses de empreiteiras”.

Também foram denunciados pelo MPF o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, que já se encontra preso pela Lava Jato, e o executivo da Odebrecht Fernando Luiz Ayres da Cunha, que firmou acordo de colaboração premiada com as autoridades.

Entre os benefícios articulados pelos então parlamentares às empreitas em troca de propina estão a aprovação de uma lei para permitir a participação da OAS na privatizações dos aeroportos do Galeão e de Confins e a superação de entraves à liberação de financiamento do BNDES para a obra da Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo, de acordo com o MPF.

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Não foi possível fazer contato de imediato com as defesas dos denunciados.

Henrique Eduardo Alves foi ministro do Turismo da ex-presidente Dilma Rousseff e voltou a ocupar o cargo no governo Temer, mas pouco mais de um mês depois pediu demissão em meio à citação de seu nome por um delator da Lava Jato.

Ao lado de Cunha, ele se tornou réu na Justiça Federal do Distrito Federal em outubro do ano passado por suspeitas de irregularidades envolvendo a Caixa. Recentemente, Henrique Eduardo Alves voltou a ter seu nome citado na delação de executivos da JBS.