bruna-karolinaFoto: Reprodução / Facebook

Mais uma família serra-talhadense lamenta a perda inexplicável de uma jovem pela falta de estrutura na  saúde da cidade. Bruna Karoline Alves Ferreira, de 22 anos, moradora do bairro Vila Bela, faleceu por volta das 5 da manhã desta quinta-feira (2), em Vitória de Santo Antão, após ficar internada durante 12 dias no Hospital Regional Agamenon Magalhães. Ela deu entrada no dia 21 de maio no Hospam apresentando febre alta, problemas respiratórios, infecção sanguínea e anemia profunda. Familiares e amigos, indignados, alegam que o hospital transferiu a jovem tarde demais e sem qualquer diagnóstico conclusivo.

Em entrevista ao FAROL, a funcionária pública Gisele Vasconcelos, 36 anos, amiga de Bruna que a acompanhou nos 12 dias de internação, enfatizou que a unidade médica não conseguiu diagnosticar a doença da jovem. “Há três meses ela tinha sido hospitalizada por anemia e também teve chikungunya. No sábado (21) ela deu entrada no Hospam e fez todos os exames possíveis, Raio X, ultrassom, exames de coração, endoscopia e as únicas coisas diagnosticadas foram uma infecção sanguínea por bactéria e anemia alta”, relatou Gisele. Ainda, segundo ela, Bruna teria chegado a perder 50% do sangue antes de ser transferida.

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“Ontem (quarta, (1) o médico de plantão, que a encaminhou, disse que de 7h às 19h ela já tinha perdido 50% do sangue. Tomou duas bolsas de sangue antes de ser levada para Recife. Saiu por volta de 1h30 da madrugada e garantiram que ela chegaria, mas a ambulância que foi cedida pelo município nem lâmpada tinha. Teve que uma técnica de enfermagem ir segurando um balão de soro e outra pessoa ficar iluminando o ambiente com um celular. Foi socorrida em Vitória de Santo Antão por volta das 5h da manhã, em convulsão e chegando o médico disse que ela não era pra ter sido transferida naquele estado crítico. Na terça (31) ainda deram esperança de alta aqui em Serra”, lamentou a amiga.

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bruna-karolineAmigos lamentam a perda de Bruna

A família e os amigos de Bruna estão consternados com o caso e cobram do Hospam diagnóstico e uma explicação sobre o encaminhamento tardio da jovem. “A mãe dela está vindo de Vitória e o pai está aqui, estão todos desnorteados porque ninguém esperava. Cada médico que passava no plantão dizia que era uma coisa e ninguém descobriu o que ela tinha. O último médico ainda disse que ia encaminhar porque se ela viesse a óbito ao menos lá em Recife saberiam o que ela tinha, porque aqui em Serra não tinha estrutura, não tinha como saber”, finalizou.

O OUTRO LADO

A reportagem do FAROL DE NOTÍCIAS entrou em contato com a direção do Hospam. Em conversa com o novo diretor, João Antônio Magalhães, informou que o hospital só poderá se posicionar através da assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Estado. Mas adiantou que o caso será investigado internamente.