Da Folha de PE

No dia em que uma explosão no metrô de Londres deixou ao menos 29 pessoas feridas, dois ataques assustaram a França nesta sexta-feira (15).

No primeiro deles, um homem armado com faca atacou um soldado que patrulhava a estação de metrô de Châtelet, em Paris. O episódio não deixou feridos, e a polícia trata o caso como um incidente terrorista.

O ataque aconteceu antes da explosão em Londres, por volta das 6h30 (horário local, 1h30 de Brasília), em um momento de pico na estação, onde milhares de usuários do transporte público circulam todos os dias.

Segundo uma fonte citada pela agência de notícias Reuters, o agressor seria um marroquino de aproximadamente 40 anos que não tinha ficha criminal. Ele foi derrubado e preso.

O soldado, que faz parte da chamada Operação Sentinela -uma força mobilizada após ataques de extremistas na França- escapou ileso.

De acordo com o porta-voz do governo Christophe Castaner, a procuradoria de Paris abriu uma investigação sobre o caso.

A ministra da Defesa da França, Florence Parly, afirmou que o fato de o homem ter sido rapidamente controlado “é a prova do profissionalismo e da eficácia dos soldados da [operação] Sentinela em sua missão de proteção”.

Mais tarde, duas mulheres foram feridas em ataque com martelo na cidade de Chalon-sur-Saône, na Borgonha. As vítimas foram hospitalizadas e não correm risco de morte.

Promotores disseram que tratam o incidente como um possível ataque terrorista, mas que não descartaram a possibilidade do agressor -que continua foragido- ter um transtorno mental.

Em ambos os casos, segundo testemunhas, os agressores teriam mencionado Alá durante a ação.

Não há indícios de que ambos os ataques na França estejam relacionados.

Operaçã Sentinela

Os ataques acontecem em um momento em que a França está em alerta máximo depois de atentados terroristas em 2015. Naquele ano, membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI) atacaram a redação do semanário satírico “Charlie Hebdo”, matando 12 pessoas.

Depois do ataque ao “Charlie Hebdo”, o governo francês formou o dispositivo militar especial Sentinela, com aproximadamente 7.000 soldados em todo o país para proteger zonas de alto risco como pontos turísticos e prédios religiosos.

Assim como no ataque em Paris desta sexta, os soldados do grupo Sentinela têm sido alvos de atentados em toda a França. No início de agosto, um homem lançou um carro sobre um grupo de militares em patrulha no subúrbio parisiense de Levallois-Perret.

De acordo com o governo francês, o efetivo está sendo adaptado para se tornar mais móvel, e seus movimento menos previsíveis.

Desde 2015, uma onda de atentados extremistas deixou 239 mortos na França. Nos últimos meses, os agressores têm-se concentrado no ataque a forças de segurança em lugares emblemáticos de Paris.