Por Jorge Apolônio, membro da Academia Serra-talhadense de Letras, policial federal e colunista do Farol

Publicado às 04h38 desta quinta-feira (28)

O estado do Tocantins, de apenas 30 anos, já está falido há anos e é “governado” ou, pior dizendo, dilapidado em alternância por duas facções criminosas. A elas se aliam, com raras exceções, prefeitos e vereadores de quase todo o estado, que tem 139 municípios. Chamemos de facções A e B, sendo que a B originou-se da A, após divergências por ganância, que eles chamam cinicamente de “divergências políticas”.

Pois bem, este estado teve seu governador cassado este ano, sendo este o segundo mandato de governador que este cidadão perde por cassação, fora um de senador.

Em virtude de a cassação ter ocorrido faltando mais de seis meses para as eleições gerais, o TSE determinou eleição direta suplementar para governador. Quer dizer, o povo teve que voltar às urnas neste mês de junho para escolher em dois turnos quem vai governar o estado até 31.12.18, isto é, por seis meses. Gastou para isso cerca de 15 milhões de reais que não tem. Aumentou sua dívida.

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Sete candidatos entraram na disputa: um senador, uma senadora, o presidente da assembleia, um ex-prefeito de Palmas, um juiz aposentado, um procurador da república e um empresário.

No primeiro turno, 43,54% do eleitorado absteve-se de votar, votou nulo ou em branco, mas dois candidatos foram ao segundo turno.

No segundo turno, este número aumentou: mais da metade, ou seja, 51,83% dos eleitores abstiveram-se, votaram nulo ou em branco, ficando assim o resultado da eleição:

1º Candidato eleito com 368.553 votos (atual presidente da assembleia)
2º Abstenção com……… 355.032 votos
3º Nulos com…………….. 155.627 votos
4º Candidato derrotado 121.908 votos (atual senador)
5º Em branco…………… 17.209 votos

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Os dois candidatos que disputaram o segundo turno eram exatamente os apoiados pelas duas facções citadas. Ganhou o apoiado pela facção A, a mais antiga.

Onde foi que a maioria acertou? Acertou ao dizer NÃO ao NÃO, ao dizer NÃO a quem NÃO queria como governador.

Onde foi que a maioria errou? Errou ao deixar de dizer coesa SIM ao SIM, ao deixar de dizer SIM a um candidato decente e sem vínculos com as facções citadas. E havia várias opções para isso.

O que se conclui de tudo isso?
1 – Que o povo está realmente indignado com toda essa canalhice política – e com razão.

2 – Que não basta só estar indignado e dizer NÃO ao NÃO. Isso é só metade da solução. É preciso também ser estratégico e dizer SIM ao SIM. Esta é a outra metade da solução para mudar o quadro político. Senão a MINORIA que diz SIM ao NÃO elege por burrice exatamente o pior ou um dos piores, contando para isso com o erro estratégico dos indignados que se bastam em se abster, votar nulo ou em branco.

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Brasileiros, preparem-se para as eleições gerais em outubro. Só nós podemos tirar o Brasil do caos em que se encontra. Ninguém virá de Marte fazer isso nem de país nenhum. Aprendamos com mais esse erro do Tocantins. Ainda que com razão, estar indignado não é o suficiente. É preciso também ser estratégico e escolher um candidato de bom caráter. Não existe solução fora da política.