Paulo CésarPor Paulo César Gomes, Professor e escritor serra-talhadense

O desejo pessoal do Juiz Sergio Moro pode trazer seria consequências sociais ao País. Indiscutível a sua competência e a importância do seu trabalho como magistrado para a moralização, em uma nação que convive carrega no seu íntimo as piores práticas de corrupção, seja no poder executivo, no legislativo e também no judiciário.

No entanto, é preciso que se analisem a fundo as suas últimas atitudes de Moro em relação a Lula. Isso não quer dizer que Lula esteja certo. Muito pelo contrário. Ele ainda tem que explicar muitas coisas. Apesar disso, não se justifica uma condução coercitiva de alguém que nem havia sido intimado – sem falar do vazamento dos grampos das ligações entre Dilma e Lula -, e o pior, para passar três horas em um depoimento que não diz coisa com coisa. Um depoimento que não passa de uma grande piada.

Se objetivo de Moro era encurralar Lula o tiro saiu pela culatra, já que o colocou novamente em evidencia e no foco do poder. No terreno do poder Lula é habilidoso, e certamente vai buscar a conciliação de vários setores da sociedade com o governo.

Desde empresários a partidos de oposição. Lula sempre foi um conciliador. Essa sempre foi sua tática. Ele não vai buscar o enfrentamento como fez Dilma no inicio do seu primeiro mandato.

O que Sergio Moro deveria ter feito era ter esperado mais. Encontrar elemento chave dessa investigação, o famoso nexo casual e a materialidade que comprova o crime. Se objetivo do juiz era sepultar Lula, ele até pode até ter jogado algumas pá de terra, mas de alguma forma Lula voltou, ainda que pareça um zumbi, mais o pior é que esse clima de embate que se coloca no país não é bom pra ninguém.

Principalmente quando se observa que ninguém está imune – PT, PMDB, PSDB – ao processo de ‘purificação’ que Sérgio Moro está promovendo, mas como ele é só juiz, o poder poderá de certa forma cair em outras mãos. Já que o objetivo é encerrar um ciclo, é preciso primeiro observar que vai iniciar o novo, porque senão, poderemos trocar seis por meia dúzia, e quem sabe, ressuscitar a famigerada Ditadura Militar.

Um forte abraço e até a próxima!