Como não podia deixar de comemorar a data, gostaria de partilhar uma reflexão que me veio por esses dias. O que passa pela cabeça de um homem trans ou de uma mulher trans? Quais às angústias e sofrimentos que enfrentam para ser quem realmente são? Como lutar contra o mundo para deixar sua aparência adequada a forma como se sente? Tanta resistência tem fim um dia? E para minha surpresa vi nas redes sociais uma parte das minhas perguntas respondidas. Conheci uma mulher trans e passei a admirar sua luta, mas agora quer voltar a ser ele. A divisa entre os opostos é tênue, mas nem sempre precisamos cruzá-la. Talvez seja divertido brincar com os opostos ou não há problema em passear pelos dois lados.
Relembrando de tudo que aprendi com esse amigo – sempre devemos tratar uma pessoa trans da forma que ele ou ela se identifica – me senti grata por conhecer alguém que tenha sido tão forte e corajoso de assumir uma postura diante do mundo que vai muito além do que esperavam dele. Enfrentar família, amigos, vizinhos, colegas de escola,
De qualquer forma, olhei bem para as fotos e quis enxergar nos olhos do meu mais novo amigo que ele está bem, está feliz assim e tudo que ele quis fazer nessa vida tenha sido feito. Imagino o quanto sua luta foi difícil, ele é o mais próximo de todas as reportagens e relatos que li de homens e mulheres sofrendo com transfobia pelo mundo. Tanta violência, tanta ignorância, tanto desamor. Espero que sua luta por dignidade não tenha acabado, só mudado de rumo. Meu amigo L, G, B, T, ou I não importa que nome tenha, ainda te vejo com os mesmos olhos.