Por Giovanni Sá, editor do Farol

Publicado às 05h36 desta terça-feira (26)

Passado o Natal, que é um bom período para reflexão, traço estas mal tecladas com o olhar em 2018, tentando limpar o armário e jogar fora a poeira de muita coisa ruim. Noves fora nada, penso na figura do papai noel, o bom velhinho, arquétipo utilizado para alavancar as vendas e alimentar o consumismo.

O Papai Noel tem um saco cheio de brinquedos que é um saco sem fundo, porque sempre há um cantinho para mais um presente. Mas no dia a dia nem sempre é assim. Não temos saco para muito coisa. Por isso, quando não suportamos alguém esbravejamos: ‘este sujeito é um saco’. Ou quando não aguentamos mais uma situação que não conseguimos resolver, sapecamos: ‘eu estou de saco cheio’.

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Será que o nosso ‘saco’- a medida do querer- é extremamente raso e estamos sempre prestes a explodir?  Por que estamos sempre no limite, intolerantes com o outro e poucos dispostos a gestos de gratidão e solidariedade?

Penso que somos espécie em extinção, não porque a morte é uma certeza inevitável. Mas pela nossa incompetência em criarmos momentos e flashes de felicidades. Lembranças que levaremos para o resto das nossas vidas. Fica uma reflexão pós natal, na esperança de um 2018 de grandes projetos como seres humanos. Isso vale para cada um de nós!

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