eugenioPor Eugênio Marinho, empresário de Serra Talhada

É perceptível por toda população brasileira que o desmando com o dinheiro público no Brasil é enorme. Quer por desperdício, ineficiência ou desvio, e sempre pela impunidade, a arrecadação de impostos feita de toda a sociedade, tanto sobre o consumo de produtos ou serviços, como sobre os rendimentos, os reais privados, sofrem uma enorme desvalorização ao serem utilizados pelo estado brasileiro.

A aquisição de bens ou serviços, constitui uma das parcelas deste câmbio. Quer pela incerteza do recebimento, quer por acordos espúrios entre agentes públicos e privados, qualquer produto ou serviço adquirido por um órgão público é sempre bem mais caro do que o seu similar adquirido por um consumidor privado. A refinaria de Abreu e Lima, por exemplo, já tem um ágio de 1000% em relação ao valor inicial planejado e ainda encontra-se inacabada.

O tamanho do estado brasileiro, é outra parcela deste perverso câmbio, com sessenta mil vereadores, quase seis mil vice-prefeitos remunerados, sessenta mil secretários municipais adjuntos, milhares de assessores, só para falar dos municípios e sabendo que estruturas similares se repetem nos estados e pior ainda no governo federal, juntas, literalmente corroem também o valor dos suados impostos pagos. Como a cereja deste bolo do inchaço da máquina pública, as estatais com seus milhões de cabides de emprego, são uma verdadeira farra.

derrama_dinheiro_publicoTambém contribuindo com esta triste desvalorização estão as diárias e verbas de gabinetes polpudas. Aviões para levar parentes de alguns servidores públicos para casamento, futebol, e milhões de carros com motorista a disposição dos ricos representantes de um país de pobres. Viagens turísticas internacionais embaladas a jantares em restaurantes caros e depósitos em contas de paraísos fiscais fecham esta parcela da desvalorização.

No Brasil desejado no sonho da grande maioria dos brasileiros do Brasil real, a moeda corrente é o real público, mas com este câmbio adverso é impossível irmos para lá, pois o mesmo não passa de um sonho. Os reais privados, pagos de impostos, tão respeitados, tão suados, ganhos com tantas dificuldades, são em grande parte desviados ou gastos de forma ineficiente ou com desperdício. Muda isto, muda aquilo, mas enquanto não mudar o essencial, nada muda nesta triste história.