Por Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

Imagine que sua casa de morada não tem água encanada e a rede de abastecimento fica longe. Então você contrata, por um preço caro, um profissional A para fazer toda a instalação desde aquele ponto distante.

Ele estabelece o preço e o prazo de conclusão da obra, mas, durante a implementação, vai demonstrando incompetência no planejamento, na contratação dos profissionais, vai sendo tolerante com roubos e abusos diversos, e o preço da obra, que já era caro, só vai aumentando.

Como se tudo isso não bastasse, ele, não tendo mais como concluir sua obra, passa-a para o sucessor dele, o profissional B. Este, ainda mais leniente e incompetente, permite também toda sorte de atrasos, aumentos e roubos, a ponto de sua obra chegar a custar o dobro do preço, demorar o dobro do tempo e ainda restar inconclusa.

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Aí, dono da casa, como castigo pela sua tolerância e estupidez, o profissional B, por despreparo e incompetência, também não termina a obra. Deixa-a restando concluir os 15% finais.

O que fazer? Você já gastou o dobro do programado, sofreu todo tipo de roubo, o prazo foi dobrado, e a obra ainda está inconclusa. A obra mais cara de todas é aquela que não termina. Todo o investimento feito tornou-se um desperdício.

Então, um profissional C, que pessoalmente não tinha compromisso com a obra, mas, por dever e bom senso, entende por bem concluí-la.

Estando sua obra concluída, sendo um direito seu pelo qual você pagou, agora já mais que o dobro do preço, em mais que o dobro do prazo, o que você faz? Algo absurdo, uma festa para agradecer e louvar alucinadamente os dois profissionais que negligenciaram sua obra, espoliaram e desrespeitaram você.

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O que se pode deduzir do seu comportamento? Que você é um estúpido com o qual a sociedade não pode contar para evoluir, porque você, com sua mentalidade obsoleta e mediocridade doentia, se submete vergonhosamente àqueles que, para se darem bem, fazem de você um idiota útil.

“Para o bom entendedor, meia palavra basta. Entendeu, _ _ _ ecil?” (Frase de Millôr Fernandes, que define em uma palavra o dono da casa e não quem entende a frase. A palavra vem pela metade mesmo e com três traços para se deduzir qual é a palavra.