Paulo César é professor e historiador

A eleição que se aproxima já foi denominada de a eleição do século, pois colocará frente a frente o novo e o velho. De um lado o poderio e o legado político secular do deputado Inocêncio Oliveira, e do outro, a ousadia e rebeldia do prefeito Carlos Evandro. Mas além desse embate histórico, estamos acompanhando o desenrolar de alguns fatos que entraram para os anais da história política da cidade. Entre tantos elementos surgidos destacaremos alguns que podem ser considerados como inusitados, ou simplesmente, inacreditáveis:

TRAIDORES E TRAÍDOS: Quem diria que o prefeito Carlos Evandro iria abandonar o grupo do deputado Carlos Evandro. Ou, quem em sã consciência poderia imaginar que Geni Pereira após a saída do grupo do deputado Augustos César iria lhe reencontrar no grupo dos antigos desafetos, os deputados Inocêncio Oliveira e Sebastião Oliveira. E por que não dizer, o polêmico Jair Ferraz.

A GUERRA DOS ADESIVOS E A INOPERANCIA DA JUSIÇA ELEITORAL E DO MP-PE:

A disputa eleitoral começou antes de forma antecipada. Há vários meses surgiram inúmeros adesivos que de forma explicita fazem referência a determinados candidatos. O pior é que a Justiça Eleitoral e o Ministério Público não estão nem aí para o problema.

A DERROCADA DA TERCEIRA VIA:

Mais uma vez vimos à derrocada de grupos que se diziam ser a terceira, ou quem sabe, a primeira via. O primeiro grupo a derrocar foi o PT, pois era oposição e, de repente, tornou-se governo, e de contrapartida levou o MCC, que surgia como alternativa para os opositores do prefeito Carlos Evandro. E finalizando com o recuo da candidatura de Marquinhos Dantas e passivelmente com a retirada do nome de Dr. Fonseca.

OS MOSQUETEIROS:

Nos livros do francês Alexandre Dumas, os Três Mosqueteiros, são fiéis servidores do rei Luiz XIII. No processo eleitoral local não se sabe a qual rei os mosqueteiros servirão. Caso não venham a servir a nenhum rei, bastará apenas levanta a bandeira “de um por todos e todos por um”. Mesmo diante de algumas indagações, uma coisa é certa, o rei a quem o grupo serve atualmente está próximo de ser destronado ou estará logo submisso a um rei mais poderoso.

OS BLOGS CHAPA BRANCA E O ANALISTA POLÍTICO:

É impressionante a quantidade de blogs e de programas de rádios a serviços de determinadas candidaturas, tudo sendo observando pelos “olhos vendados” da Justiça Eleitoral e do Ministério Público. Fora isso, ainda surgiu um analista político, que ao que me parece é o único do interior do estado, pois nem sequer os jornalistas Magno Martins e Inaldo Sampaio, por exemplo, se auto denominam analistas políticos, sendo assim, esse rótulo vai acabar entrando para as história folclóricas da cidade.

 CANDIDATURA DE CHICO PREÁ:

Se ainda tivéssemos o voto em cédula iriamos ver a enxurrada de votos destinados ao nosso filósofo de Água Branca,Chico Preá.  Pois ele representa a essência do povo sertanejo, com suas frustrações, desejos, e acima de tudo, a sua coerência com que trata os seus conterrâneos e a sua busca por melhorias para a vida dos excluídos.

O FAROL DE NOTÍCIAS:

Nenhum outro órgão de imprensa forneceu tantas informações e abriu espaço para os eleitores como o FAROL DE NOTÍCIAS. Através desse veículo várias figuras puderam se expressar. De senadores da republica ao anônimo eleitor.

O BODE:

O bode pertence à espécie da Capra Aegagrus ou Capra hircus. Esse animal já entrou para a história dessa eleição, tudo fruto das supostas denuncias de irregularidades em programas do Governo Federal administrados pelo poder executivo municipal. Sendo que o quadrúpede é constantemente degustado por toda a elite eleitoral em diversos restaurantes da cidade. Por incrível que pareça nenhuma das ilustres figuras reclamou da procedência do prato principal.

RETROSPECTIVA

Vale salientar que nas últimas eleições inúmeros fatos e elementos marcaram o processo eleitoral. Em 1992 foram “os cabeças vermelhos” e a frase “de novo”, do personagem Baby da família dinossauro. Em 1996 foram “os seis meisinhos” e “o pão recheado com vinte reias”; em 2000 foi o “dê ré no avião” e “o arruma a mala aí”; em 2004 o “me dê o meu o arroz” e “a invasão de uma emissora de rádio para impedir a exibição de um guia eleitoral”, e em 2008 “a distribuição do suquinho” e “a compra de votos no dia da eleição”.

Diante de tantos fatos e fatores , é possível dizer  que o resultado dessa eleição seja imprevisível, pois, a cada dia, novos elementos são acrescentados ou ignorados, mas de uma coisa ninguém pode negar: ela vai mexer com corações, emoções e os cofres de muitos eleitores apaixonados.