Por Luciano Menezes, Historiador

salario_professor1[1]Nesse embate de reivindicações de professores municipais em Serra Talhada é notável figura malograda do professor frente ao Executivo. Esse, sempre com suas formas arcaicas de controle político. Mas será que o insucesso da classe docente no município pode ser considerado algo inusitado? Será que se pode esperar algum benefício relevante de alguém que afirma que os salários estão perfeitamente justos?

Lembrando que esse grau de justiça toma como parâmetro o grande depreciador educacional Eduardo Campos, conseguindo por sua vez, ser ainda mais depreciativo. A sinecura da docência municipal, dentro da própria sala de aula, isso só é visível aos olhos de um ser oriundo das altas classes empresariais; aliás, qual a origem social desse prefeito?

Dois por cento de aumento retrata bem a figura de “bom empresário”, aquele que jamais foge a postura de empregador, ofertante de “oportunidades”, empreendedor. Garantirá assim, apenas o suficiente para que o seu empregado não venha a sucumbir de fome, e que possa voltar com todo vigor ao trabalho na manhã seguinte. O imundo, o pungente, o torpe, o opróbrio, são os mais apropriados adjetivos que docente sensato dará aos “honrados e justos” 2%.

Entretanto, para o Executivo, o digno óbolo” acrescido dos exorbitantes 50 reais, destinados à compra de livros de alto custo” é mais que suficiente para a classe docente. Aliás, esse salário talvez seja equiparável aos preços da cesta básica e de compatibilidade viável com os livros de autoajuda, dirimindo assim a fome momentânea e “atenuando” virtualmente problemas concretos.