Por Paulo César Gomes – professor e escritor, que em breve lança livro sobre a trajetória da banda D.Gritos.

O palhaço Tiririca (PR – SP) surpreendeu o mundo da política quando foi eleito Deputado Federal pelo estado de São Paulo com mais 1,3 milhões de votos, em 2010. Recentemente ele foi indicado como um dos 25 melhores parlamentares em 2012, no entanto, ele voltou a surpreender o país ao anunciar que vai abandonar a política no final de 2015, pois segundo ele “não dá para fazer muita coisa”.

O republicano prefere viver se apresentado como palhaço pelo Brasil afora, do quer ficar em Brasília recebendo um simplório salário de R$ 26,7 mil, uma verba de gabinete de R$ 97.200 e o direito a apresentar R$ 15 milhões em emendas por ano.

A postura de Tiririca é elogiável e digna de aplausos, atitude que deveria ser copiada por milhares de políticos brasileiros que só vivem fazendo “gracinhas” com o dinheiro público, sendo que vários deles não passam de “grandes palhaços”. Alguns estão  a décadas no Congresso Nacional e nunca apresentaram um único projeto que seja relevante para o país ou para a sua região, como por exemplo, o Deputado Inocêncio Oliveira (PR – PE).

Ao contrário de Inocêncio Oliveira, Tiririca é um dos deputados que mais esteve presente às sessões ordinárias e extraordinárias na Câmara. Ao contrário do colega republicano, Tiririca já apresentou projetos que buscam atender as necessidades de sua classe como, por exemplo, a bolsa-alfabetização, que contempla analfabetos com mais de 18 anos, e um pedido de inclusão de famílias que exercem atividades circenses em
programas sociais do governo.

Ao contrário de Tiririca, Inocêncio não quer deixar a política. Mas, isso tem uma explicação. Foi através da política que o deputado sertanejo construiu uma das maiores fortunas já registradas na região, valores que como médico ele jamais atingiria. É por essas e por outras que a cada dia a classe política perde a credibilidade, pois o que impera é “a troca de favores” ou o “é dando que se recebe”. Mas, assim como Tiririca, ainda exista gente séria, que pinta a cara para sobreviver, às vezes parecem políticos, mas o que eles gostam mesmo é de viver no picadeiro fazendo a coisa certa.