Os efeitos eleitorais das denuncias contra o CMDRS e da rejeição das contas do prefeito Carlos Evandro:

Um debate tem sido travado por alguns observadores políticos locais,  de quais seriam os efeitos das denúncias envolvendo o Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) e a rejeição das contas do Prefeito Carlos Evandro no desempenho eleitoral do pré-candidato a prefeito Luciano Duque (PT). Pelo equilíbrio que o petista vem mantendo e o ritmo de atividades que estão a todo vapor, e mesmo o “fogo intenso” da oposição não tendo cessado, é possível dizer que os últimos acontecimentos não abalaram o seu desempenho nas pesquisas, mas é importante ressaltar que é preciso clarear melhor a cabeça da população sobre essas questões tão polêmicas.

Por outro lado, o pré-candidato pelo PR, Sebastião Oliveira tem intensificado suas visitas à zona rural da cidade e entrevistas semanais as emissoras de rádio, principalmente as de propriedade do seu primo, o deputado Inocêncio Oliveira. O republicano também têm mantido contatos com empresários e lideranças religiosas locais, isso pode demonstrar que o pré-candidato, encontra-se com fragilidades em alguns setores, como por exemplo, na zona rural e entre seguimentos sociais que contribuem para formação da opinião do eleitorado.

Pelo andar da carruagem é possível dizer que os números que envolvem os principais protagonistas do processo eleitoral pouco mudaram do final de 2011 para cá. Esse contexto comprova uma característica que vem norteando a maioria das últimas eleições em diversos locais do país, o de que as campanhas mais agressivas não são bem vistas pela população, mesmo que em muitos casos, as denuncias do ponto de vista político e ético sejam necessárias. Em muitos casos o eleitorado está votando em campanhas propositivas e que se desenvolvem sem ataques e sem agressões.

O dilema de Augusto

A pouco mais de um ano Augusto César não tinha se quer um nome para lançar como pré-candidato do PTB para disputar a prefeitura, em vários momentos cogitou-se a possibilidade do mesmo indicar a vice do possível nome do PT. Porém com a saída de Dr. Fonseca do PT, e consequentemente a sua filiação ao PTB, o grupo de Augusto César entrou no jogo.

Mas como a política é um processo dinâmico e mutável, os diversos cenários criados fizeram com que o líder petebista ficasse  em uma verdadeira “sinuca de bico”. O parlamentar sabe que pode decidir a eleição para o lado de Luciano Duque (PT) ou para o de Sebastião Oliveira (PR), mas para isso teria que abdicar da candidatura própria de Dr. Fonseca, correr o risco de rachar o seu grupo e ainda se deparar com antigos e novos desafetos.

De um lado (Luciano Duque) irá reencontrar Carlos Evandro, que foi seu vice-prefeito entre 1993-1996 e que rompeu com Augusto no final do mandato. Do outro lado (Sebastião Oliveira) irá reencontrar o seu velho companheiro de jornadas, o ex-prefeito Geni Pereira, os dois foram aliados por quase duas décadas, acabaram rompendo a pouco mais de dois anos. O mais surpreendente será ver Augusto César no mesmo palanque do Dep. Inocêncio Oliveira, já que o petebista construiu sua carreira política tendo o republicano com principal adversário.

O dilema de Augusto poderá chegar ao fim se for confirmado o convite do Senador Armando Monteiro ao prefeito Carlos Evandro para se filiar ao PTB e o mesmo aceite, dessa forma o deputado acabaria apoiando Luciano Duque que é o candidato do prefeito. Pelo jeito muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte petebista.

A pergunta que não quer calar: Quando será que o Ministério Público e a Justiça Eleitoral começarão a agir no sentido de coibir as campanhas eleitorais antecipadas?

*Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito