Essa discussão sobre o entreposto foi levantada em 2010 quando o vereador Zé Pereira apresentou um requerimento, que foi subescrito e aprovado por todos os vereadores, solicitando do Ministério da Integração Nacional e da Casa Civil, a inclusão de um entreposto em Serra Talhada, no projeto de construção da Transnordestina. Cópias do requerimento foram enviadas para a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (o cargo era ocupado na época pelo atual ministro Fernando Bezerra Coelho) e para os Deputados Federais Inocêncio Oliveira, Pedro Eugênio, Fernando Ferro, Mauricio Rands (atualmente ele é Secretário de Estado), Gonzaga Patriota, Fernando Bezerra Filho e Armando Monteiro Neto (atualmente ele é Senador da República).
Paralelamente foi realizado um abaixo-assinado e uma reunião entre a construtora Odebrecht, a CDL, Câmara de Vereadores e a Prefeitura Municipal, na ocasião se discutiu a viabilidade da construção de um entreposto na cidade, tanto do ponto de vista estrutural do projeto como a importância para economia local e para todo o vale Pajeu. A discussão parecia que estava andando, porém, passados mais de dois anos, o assunto caiu no esquecimento. Vários outros projetos de menor, maior ou igual importância entraram na pauta política, desde a retomada de projetos na Barragem de Serrinha, passando pela Faculdade de Medicina, até chegar na ampliação do Aeroporto. Todos esses projetos são importantes, sendo que o único que está em andamento é o da obra da Transnodestina.
Então, diante dessa situação, é preciso que as atenções se voltem para a construção do entreposto, para esse a reivindicação seja concretizada, porque se ela não for incluída agora no projeto, provavelmente não teremos outra oportunidade e certamente ficaremos apenas a ver o trem. Em um momento em que se promove um verdadeiro carnaval somente para que seja feita a assinatura de uma ordem de serviço, e que audiências e mais audiências são realizadas de Recife a Brasília, apenas para gera fatos políticos, sendo que a sua maioria não passam de factoides, poderíamos aproveitar o momento para conseguirmos algo real e material, que beneficiaria não só a nossa população, mas também dezenas de cidades da região.
O que nos deixa em dúvida é se o problema para que a construção do entreposto seja realizado é por questões geográficas (o relevo ou a hidrografia da região), por falta de verbas, ou na verdade falta é vontade política? Caso seja vontade política, só resta a indignação e revolta contra os nossos gloriosos e onipresentes líderes políticos. Ao que parece o prestígio dos nossos políticos é equivalente à força de vontade que eles tem em resolver os problemas concretos, reais e urgentes que a nossa cidade tanto precisa.
*Paulo César é professor especialista em História Geral e bacharelando em Direito
1 comentário em Opinião: O que falta para o entreposto da Trasnordestina em ST?