eduardo e marina

Todos os setores da política brasileira estão quebrando a cabeça para tentar entender o “tsunami Marina Silva” e as suas reais consequências no resultado final das eleições presidenciais. Isso se deve ao seu avassalador crescimento nas pesquisas de opinião.  Sendo assim, destaco três fatores que podem explicar esse impressionante desempenho:

O primeiro é que ela já tem uma grande densidade eleitoral a nível nacional e que já foi exposta há quatro anos. O segundo é que a comoção nacional criada com a morte de Eduardo Campos ajudou a colocar seu nome em evidência, injetada pelo slogan deixado pelo o ex-governador, “não vamos desistir do Brasil”, e o terceiro é fato de que Marina foi a liderança política que mais capitalizou votos dos seguimentos sociais – boa parte oriunda da classe média – que participaram das manifestações de junho de 2013.

Por isso acho que boa parte da classe média está com Marina, até porque acredito que seja o setor da sociedade mais insatisfeito com o governo Dilma, e que anteriormente rechaçou o modelo de governo proposto pelo PSDB de FHC, Serra, Alckmin e agora Aécio Neves.

O crescimento de Marina está próximo do limite, o que seria algo em torno de 40%, já que ela está tirando a maioria dos votos de Aécio Neves, e para quem não sabe, é preciso dizer que a maioria da mídia brasileira é tucana – não é a toa que o editor da revista Veja é um dos coordenadores da campanha do peessedebista – , então podemos afirmar que vai vir chumbo grosso para cima da neo-ssocialista. Um bom exemplo disso foi o que aconteceu com Ciro Gomes nas eleições presidenciais de 2002.

Na época, precisamente no início de setembro, o então candidato superou José Serra, ficando a poucos pontos de um empate técnico com Lula, primeiro colocado nas pesquisas. Para evitar a derrota, o PSDB jogou pesado e em 10 dias descontruiu toda imagem que Ciro passava para o eleitorado, por isso, não será surpresa se os tucanos voltarem a usar a mesma tática contra Marina. Resta saber se atingirão o objetivo.

Por outro lado é preciso ressaltar que as eleições ainda não estão decididas e que muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte, principalmente depois da morte prematura de Eduardo Campos. Em uma eleição onde a imagem e os mitos valem muito, ainda restará ao PT uma última e desesperada cartada, colocar na mesa o seu “às de ouro”, ou seja, o ex-presidente Lula.

Se o PSB tem o mito Eduardo, o PT vai do mito Lula. No entanto fica uma grande indagação: quando é que o brasileiro irá entender que não se deve votar por “sugestões mitológicas”, mas por capacidade administrativa, espírito de liderança, visão política voltada para os setores marginalizados da sociedade e com a serenidade que o cargo necessita. Afinal, estamos falando de uma eleição real, e não virtual. Então, vamos pensar em um Brasil real, e não surreal.

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!