ManuPor Emmanuelle Silva, estudante de Letras na Uast/UFRPE, militante social e estagiária no FAROL

Hoje, 29 de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans, e minha reflexão e contribuição para a militância do dia parte deste tema. As discussões em torno dos direitos humanos estão avançando para praticas efetivas de garantia de direitos a todos. Até Vossa Santidade, o Papa Francisco está refletindo a inserção de homossexuais e transexuais na igreja Católica, a igreja está deixando de ser careta. Então, eu me pergunto, porque a sociedade ainda permanece com tantos comportamentos de ódio, preconceito e exclusão?

Vossa Santidade recebeu semana passada, da Espanha, um fiel transexual masculino que reclamou do padre de sua paróquia que se negava a dar-lhe a comunhão e o ofendia de “filha do demônio”. O transexual Diego Neria Lejarraga, de 48 anos foi ao Vaticano e conversou com o Papa Francisco em uma reunião a portas fechadas. Em julho de 2013, o Para afirmou que “se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?”. Todas as pessoas que se sentem representadas pela sigla LGBT são seres humanos, não frutos de doença alguma, não são anomalias. São tão cidadãos quanto os heterossexuais e devem ter sua cidadania garantida. Até o Papa já reconheceu isso.

Ainda me sinto no direito de informar. Sexo biológico não é a mesma coisa que gênero, sexualidade também não é a mesma coisa que gênero e sexo biológico. Uma travesti ou uma transexual mulher não é homem, é mulher! Elas se sentem assim. Da mesma forma que um transexual homem não é mulher, é homem. Independente de serem heterossexuais ou homossexuais, as pessoas são o que, intangivelmente, acreditam que sejam com relação às suas ideologias e seu gênero.

Então, nós católicos, evangélicos, espíritas, ateus, agnósticos; o que estamos fazendo para incluir esse ‘outro’ nos espaços sociais? Não me parece verdadeira a fé de alguém que agride o próximo. Até quando iremos apontar o outro como mazela para exaltarmos nossos grandiosos egos que desrespeitam, estereotipam e estigmatizam as diferenças? Essa reflexão tem deve ser constante, diária, se possível. Mas as transformações são essenciais. Se a igreja Católica, que há anos tem perdido fiéis, está começando a discutir e querer abrir as portas para os homens e as mulheres transexuais, quem é você para julgar?