Da Agência Brasil

A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz disse hoje (23) que apresentará a autoridades brasileiras, colombianas, espanholas e norte-americanas provas de corrupção contra o presidente Nicolás Maduro e pessoas próximas a ele.

Segundo ela, esses documentos ligam o presidente venezuelano a empresas espanholas e mexicanas que receberam centenas de milhões de dólares provenientes de corrupção.

“Essas provas eu as tenho comigo e vou cedê-las a alguns Estados para que processem as pessoas, que correspondam a Nicolás Maduro [presidente da Venezuela], Diosdado Cabello, Jorge Rodríguez [pessoas ligadas diretamente a Maduro] e a todos que tenham lucrado com isso. Mas não somente no caso da Odebrecht, em que detectamos depósitos de US$ 100 milhões feitos por Cabello em uma empresa espanhola denominada TSE Arietis, que tem como proprietários os primos Alfredo e Gerson”, disse a procuradora após participar da 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul (REMPM), na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Ela informou haver 11 obras da empresa brasileira paralisadas em seu país.

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Destituída do cargo de procuradora-geral pela Assembleia Constituinte venezuelana, Luísa Ortega disse ter provas também do envolvimento de integrantes do governo com uma empresa mexicana responsável pelas bolsas de alimentos entregues na Venezuela. “Essa empresa se supõe ser de Nicolás Maduro, apesar de estar em nome de outras pessoas”, disse ela.

“Também temos essas provas e as entregarei a autoridades de outros países para que se investigue, visto ser impossível se investigar na Venezuela qualquer feito de corrupção ou narcotráfico. Não há Justiça na Venezuela. A comunidade internacional tem de investigar esses casos”, acrescentou.

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A ex-procuradora-geral também afirmou que tem sofrido ameaças. “Quero informar que tenho sofrido ameaças contra minha vida. Caso isso ocorra, quero que o governo venezuelano seja responsabilizado”, completou.

Luísa Ortega disse ainda não ter decidido se pedirá asilo político a algum país. “Por enquanto, apenas a Colômbia me ofereceu asilo, mas ainda não decidi se aceitarei lá ou em qualquer outro país. Devo decidir isso nos próximos dias”. A ex-procuradora se disse contrária a qualquer forma de ação militar em seu país. “Isso prejudicaria a população”.

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