Fotos: Farol de Notícias / Max Rodrigues – Publicado às 17h19 desta quinta-feira (11)

Dezenas de mães e pais tiveram uma ingrata surpresa no início desta semana, quando um professor do Colégio Cônego Torres anunciou a reprovação de 32 estudantes do 9º ano, após a realização das cerimônias de formatura dos concluintes. Revoltados, os familiares procuraram o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para denunciar o caso e acionaram o FAROL.

Em conversa com a nossa reportagem, a técnica de enfermagem, Suzana de Queiroz, de 57 anos, uma das mães, relatou que a disciplina que apresentou o problema é Geometria.

“Eu estou aqui há 30 horas em claro tentando resolver o problema da minha filha, de 14 anos. Ela acabou de ser aprovada em 3º lugar no grupo F na seleção para estudar no IF Sertão e essa semana o professor vem anunciar que ela reprovou uma matéria. Depois de gastarmos com formatura e tudo”, declarou a mãe, completando:

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“Há vários estudantes nessa mesma situação, mães e pais que estão desde a manhã de hoje (quinta-feira, 11) de plantão na escola e não conseguimos resolver nada. O secretário de Educação tem tentado mediar o processo, mas não teve jeito. Agora vou com mais umas 20 mães na Promotoria denunciar esse professor”, finalizou.

OUTRO LADO

Ao Farol, a direção do Cônego Torres alegou que uma reunião foi realizada com as famílias. “Inclusive, constando em ata que não podemos alterar o que o professor colocou nas cadernetas dos alunos. Essa é uma questão entre os pais e o professor, e o professor tem o respaldo dele”, alegou a gestora Adriana Almeida.

PROFESSOR: ‘EU APLIQUEI 5 PROVAS’

A reportagem também conversou com o professor Elissandro Alves. Ele afirmou que respeita todos os posicionamentos das famílias queixosas, mas que até hoje não teve férias do colégio e está resguardando os seus direitos como docente.

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“Eu estive por 1h30 com os familiares dos alunos e respeito bastante o posicionamento deles. Disseram que iam procurar o Ministério Público, o Farol, e eu entendo que eles estão no direito deles. Mas eu também tenho que me resguardar no meu direito, por isso estou com todas as provas. Até agora não tive férias de 2017, a formatura foi dia 8 dezembro, mas no dia 7 eles tinham esse resultado e sabiam que estavam com nota baixa comigo”.

Elissandro relatou que a média de recuperação é nota seis, mas os alunos zeraram as avaliações por entregá-las em branco. Ele também disse que realizou aulas de reforço e fez provas até o início de janeiro.

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“No dia 11 de dezembro, após a formatura eu fiz uma prova. A direção quis convocar o Conselho de Classe e eu sugeri que daria novas oportunidades e aulas de reforço, fiz outra prova no dia 27. Tenho todas as provas e atas de reforço. Não atingiram a média, dia 28 refiz a prova e dei o resultado no dia 2 de janeiro. Dei uma última oportunidade no dia 5 de janeiro e o resultado saiu nessa terça (9). A média é seis e eles tiravam zero entregando a prova em branco”.