Concurso-Polícia-Civil-2015A Polícia Civil de Serra Talhada abriu inquérito e tipificou como homicídio a morte de Maria de Fátima Blandino dos Santos, 47 anos (relembre). O corpo dela foi encontrado em um matagal nesta sexta-feira (21) com perfurações no abdômen e a cabeça enterrada em uma vala numa região de esgoto localizada ao lado do pátio da feira livre, no Centro.

Familiares da vítima procuraram a redação do FAROL, nesta manhã, para dizer que estavam há cerca de oito dias sem notícias de Maria de Fátima Blandino, que tinha dois filhos, sendo um de 27 e outro de 18 anos. Segundo a irmã da vítima, Maria Helena Barbosa da Silva, 57, Maria de Fátima vinha passando por um momento difícil na vida, devido o uso de drogas. O vício a levou a se distanciar da família.

“Ela não morava comigo, passava dias ao meu lado e depois saia de casa. Como também passava alguns dias com o filho dela e depois saia. Ela vivia na rua, escolheu viver na rua, era formada, tinha magistério. Já trabalhou de técnica de enfermagem quando tinha a Casa de Saúde São José, mas depois entrou nas drogas e ficou mais na rua do quê em casa”, relatou Maria Helena, que pediu para não ser fotografada.

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DESABAFO DA FAMÍLIA: IML
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Maria Helena faz um desabafo indignado sobre um problema que afetou a família neste caso devido a ausência de IML (Instituto Médico Legal) em Serra Talhada. Os familiares ficaram revoltados com o fato de terem que esperar que o corpo de Fátima Blandino ter que seguir para Caruaru mesmo – segundo a família – em estado de decomposição.

“No nosso caso, a família não quer saber mais do que foi que morreu, se foi de tiro, se foi de faca… Não importa! O que importa é a família fazer o velório e enterrar. Não precisa mais nada.O que revolta é ver uma pessoa nesse estado e ter que ir para Caruaru. Quando outras pessoas que morreram aí e não foram para Caruaru. Por quê? Que lei é essa que só é para quem não tem dinheiro, para quem não tem nome? A principal revolta da família é quererem levar o corpo para Caruaru, porque quando chega lá não tem tempo de volta. Quando vem de lá já vem podre e ninguém nem vê o rosto, passa direto para o cemitério. Isso é o comum que está acontecendo hoje em Serra Talhada”, clamou Maria Helena, reforçando:

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“Eu acho que os direitos da família ninguém devia tirar, por lei nenhuma. Que lei é essa que a família não tem direito nem do corpo de uma pessoa, de um ente querido quando morre. Quem manda é Justiça, mas o IML não dá nada a ninguém. Se a família não tiver como comprar ao menos o caixão ninguém dá nada. Isso é só para transtornar ainda mais a família. O problema é que aqui os governos não tomam uma providência, os governos não tomam nenhuma providência. Aqui o corpo dos ricos não vão para o IML, mas os pobres vai fácil e fica por lá mesmo”.