Por Jorge Apolônio, Policial Federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras

Diante de tanta violência, tem-se ouvido cada vez mais dos brasileiros que bandido bom é bandido morto, e até tem morrido bandido como moscas. O Brasil tem mais de 50 mil homicídios por ano. A maior parte das mortes é de bandidos mesmo, mas eles têm matado muita gente inocente.

Como o Brasil não tem pena de morte oficialmente e com tanto bandido à solta, o que fazer para sumir com a bandidagem que sobra? Prendê-los, claro. Qual a outra opção legal?  Mas prender onde, se os presídios já estão superlotados, além de completamente deteriorados? Em novos presídios. Então o Brasil tem de construí-los. Não porque goste, mas porque precisa. Mesmo que uma parcela considerável da população não queira. Presídio é um mal necessário. Se ruim com ele, pior sem ele.

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E onde construí-los? Ora, nos municípios, ainda que isso gere repulsa. Não há como construí-los no mar ou na Lua. Em ilhas, eles, que já não são baratos, presos custam caro ao erário, custariam muito mais por conta da logística.

Serra Talhada está sendo cotada para receber um presídio federal. A população tem repudiado a ideia. É sempre assim em qualquer cidade. Só que o presídio precisa ser construído em algum município, é óbvio que longe da sede, seja qual for, evidentemente com todos os requisitos de segurança que a modernidade pode proporcionar.

Há quem diga que precisamos é de indústria. É fato, mas uma coisa não obsta nem suprime a outra. Várias cidades têm indústria e presídios conjuntamente.

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O que temos a ganhar com isso? Presídios geram demanda intensa por insumos, principalmente alimentos, e isto pode ser fornecido pelo mercado local, o que aqueceria a economia também local.

E o que temos a perder? O medo e o preconceito. Presídio é um ambiente administrado por gente como a gente. Já os encarcerados ali estão para aprender a ser gente.