Por Manu Silva militante do Coletivo FUÁH, Movimento Diverso e repórter/redatora do Farol de Notícias

Após 11 anos de criação da Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher ainda é o tema do dia. Ainda é um assunto urgente e quando ela é exposta em um dos programas mais populares da televisão aberta, vemos que não há limites para o machismo e todos acordam para refletir e debater o tema.

Após Poliana Chaves ser agredida pelo seu marido, o cantor sertanejo Victor Chaver; após a figurinista, Suesllem Tonani, ser assediada pelo ator global José Mayer; e diversas atrizes e mulheres comuns descobrirem que foram vítima de abuso, assédio ou violência… agora é a vez do BBB 17.

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Não é de hoje que o programa vem exemplificando para o público como se dá um relacionamento abusivo. São violências simbólicas gratuitas entre o casal Marcos e Emilly. Porém, no último sábado (8), durante uma briga as agressões físicas aconteceram, junto a uma gritaria homérica.

Quando questionada pela produção, Emilly negou a violência e impediu a punição ao companheiro de confinamento. No entanto, uma pressão popular começou nas redes sociais e a Delegacia da Mulher do Rio de Janeiro abriu uma investigação por tortura psicológica contra Marcos. Mesmo expulso do programa ela ficou se punindo.

A atitude de Emilly corresponde aos medos e receios de milhões de mulheres brasileiras que não denunciam as violências que sofrem. Geralmente por medo dos agressores, ou pior ainda, não compreenderem que o ato sofrido é um atentado contra sua integridade física, psicológica, moral e até patrimonial.

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Precisamos denunciar todo e qualquer ato violento contra nós mulheres. O Código Penal do nosso país prevê que são crimes contra a mulher lesões corporais, ameaças por palavras, escrita ou gestos e estupro. E segundo a Lei Maria da Penha, outra pessoa que não a vítima pode denunciar o agressor às autoridades.

Ao invés de julgar uma mulher, ajude-a, apoie, oriente e encoraja uma mulher a denunciar. E quando ela estiver pronta, informe que o número da Central de Atendimento à Mulher é o 180 e funciona 24h. O Centro Especializado em Atendimento à Mulher (CEAM) de Serra Talhada é na rua José Joaquim de Lima, 250, na AABB. Denuncie!