Do Jornal do Brasil

Na véspera do dia que pode marcar a declaração unilateral de independência da Catalunha, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou nesta segunda-feira (9) que fará “todo o necessário” para impedir a separação da comunidade autônoma.

O premier discursou para a direção de sua legenda, o conservador Partido Popular (PP), e garantiu que não permitirá o divórcio entre Madri e Barcelona. “Impediremos a independência da Catalunha, tomaremos as medidas necessárias para isso. A separação da Catalunha não se produzirá”, disse.

Rajoy se pronunciou um dia antes da sessão do Parlamento catalão que confirmará o resultado do plebiscito separatista do dia 1º de outubro, quando 90,18% dos eleitores votaram pela independência. No entanto, menos de metade (43%) dos catalães participou da consulta popular.

Durante essa sessão, espera-se que o governo da comunidade autônoma, sustentado por partidos separatistas, proclame sua independência unilateralmente. A hipótese mais provável é de que não seja uma declaração com efeito imediato, mas sim uma que preveja seis meses de negociações com Madri.

Mas, até o momento, não há nenhum indício de que a Espanha aceitará iniciar tratativas. Segundo a vice-primeira-ministra Soraya Sáenz de Santamaría, uma possível declaração de independência “não ficará sem resposta”. Além disso, o vice-secretário do PP, Pablo Casado, salientou que o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, arrisca ser preso caso siga em sua deriva separatista.

Uma das possíveis reações de Madri seria dissolver o Parlamento da comunidade autônoma e convocar novas eleições, as quais seriam boicotadas pelos partidos defensores do plebiscito.