A audiência pública na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última quarta-feira (19), com o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-PE) para debater o projeto de lei, que ficou conhecido como “Cura Gay”, do deputado federal Pastor Eurico (PHS-PE), teve reverberação no plenário da Casa. O projeto visa sustar a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe a atuação do psicólogo em relação à orientação sexual.

Na tribuna, o deputado estadual Cleiton Collins (PP) disse que foi alvo de “intolerância religiosa” e criticou a condução do colegiado pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que estava ausente no momento da crítica. O pepista afirmou que o profissional de Psicologia tinha de ter liberdade para atuar porque “pessoas precisam de ajuda” e cobrou audiência com Pastor Eurico. “Não sei qual é a farofa que o deputado Edilson quer fazer daquela comissão. Quer jogar essa Casa contra o povo. A bancada evangélica não vai aceitar isso”.

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Um dos presentes na audiência pública chamou a atenção para a laicidade do Estado e sugeriu que se retirasse o crucifixo afixado na parede do plenário. Diversos deputados evangélicos fizeram apartes, corroborando a crítica de Collins. O deputado estadual Adalto Santos (PSB) reclamou do que considerou uma falta de respeito da pessoa que pediu para que se retirasse o crucifixo do plenário. “Nem a Deus respeitam mais”, disse.

Também em aparte, o deputado estadual Ossésio Silva (PRB) cobrou respeito. “Nós, como bancada evangélica, defendemos a todos. E acho também uma falta de respeito grande, uma vez que nosso País é uma nação laica”, disse.

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O tema uniu adversários : o líder do governo, deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), e o presidente da Comissão de Cidadania, Edilson Silva, que é oposição. Ao se defender das críticas de Collins, Edilson afirmou que o pastor não está acostumado a participar de audiências em que não é maioria.

Isaltino, por sua vez, propôs voto de protesto contra o projeto de Eurico. “Todos os profissionais regulamentados têm direitos e obrigações. O fundo dessa questão é a religião, e não a busca do convívio harmônico entre os cidadãos. Só que fomos eleitos para representar o povo brasileiro, e não uma fé”.

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Do Blog da Folha