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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Na tarde dessa quinta-feira (2), alunos de licenciaturas em Letras e Química, professores universitários e alunos do ensino básico estiveram na Concha Acústica, no centro de Serra Talhada, para protestar e debater contra os cortes do Governo Federal na Educação em R$ 9,7 bilhões. O ajuste orçamentário afetará diversos programas de formação de professores, inclusive o Pibid. Os manifestantes estão coletando assinaturas junto à população serratalhadense para formular um documento que será emitido ao Ministério da Educação. O ato contou com a confecção de cartazes com aos alunos do ensino básico, além das falas de alunos integrantes do programa e professores, além de Andrea Monteiro, Thaís Ludimila e Elaine Cristina, coordenadoras do programa na unidade acadêmica.

A manifestação, com cerca de 70 pessoas, iniciou por volta das 15h30 e dividiu-se em equipes de trabalho. Enquanto alguns alunos e professores confeccionavam cartazes, outros alunos circulavam pela Concha Acústica e pela praça Sérgio Magalhães coletando informações. O professor de filosofia, José Apolinário, abriu as discussões questionando as atitudes do governo Dilma em relação a educação no país. “O programa tem feito uma verdadeira revolução nas escolas públicas do país, o corte feito na educação, cujo custo é em torno de nove bilhões promove um contra senso, quando o governo se elege e elege o slogan da’Pátria Educadora’. O PIBID, que me parece um programa que não tem visibilidade eleitoral, que não vai a mídia, se acabar serão cerca de 80 mil pessoas prejudicadas e muita gente depende dessa bolsa, inclusive para permanecer na universidade. Sem ele a evasão seria muito grande”.

DSC_0047A professora Elaine Cristina do Pibid Letras relatou da sua experiência de coordenar 30 futuros professores de língua portuguesa e inglesa. “A interação entre a gente e o ensino público é muito importante, principalmente para a gente que é de licenciatura, para ver o que a gente na universidade precisa construir para melhorar o ensino. Eu estou no doutorado, tenho oportunidade pleitear uma bolsa em Recife, mas eu tenho uma pena danada de sair desse programa, porque eu sei que é só o começo e eu tenho muito a aprender com ele”. A coordenadora Thais Ludimila, emocionada, disse o quanto será difícil lidar com os cortes. “Antes de anunciarem a indicação de cortes na reunião institucional eu fiquei pensando como nós iriamos cortar, DSC_0051com quais critérios? Quem seria cortado da bolsa? Eu não ia conseguir tirar algo de alguém que precisa, principalmente para investir na sua formação”.

A coordenadora da área de Química, Andrea Monteiro, chamou a atenção para as mudanças que ocorreram nas escolas a partir da participação do Pibid. Segundo a professora, Serra Talhada não tinha professores formados em química, o déficit na disciplina afetava o interesse dos alunos e estimulava o discurso preconceituoso sobre a ciência. “Em 2010 nós iniciamos o Pibid em Serra Talhada, então como eram as escolas que nós participamos hoje? Ao meu ver muita coisa mudou, hoje temos professores formados em licenciatura em química dando aula de química. Precisamos formar esses alunos com qualidade e estimular a valorização da licenciatura, as pessoas não querem lecionar e reproduzem o discurso de que a química não serve para nada, que só polui o ambiente”, finaliza Andrea Monteiro.

ASSISTA AO VÍDEO – DECLARAÇÃO DA PROFESSORA ANDREA MONTEIRO

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