Por Manu Silva militante do Coletivo FUÁH, Movimento Diverso e repórter/redatora do Farol de Notícias

Todos os poderosos estão engajados no projeto do Aeroporto Santa Magalhães em Serra Talhada. Adversários políticos se juntaram na mesma sala para debater, as farpas deram lugar à mãos dadas. Uma proposta, aparentemente, sustentável está sendo pensada para o lixão da cidade. A natureza agradece. Mas o que está martelando na minha cabeça e ninguém comentou: para onde vão as pessoas que vivem no lixão da PE-390?

É interessante ver como a elite é ágil em resolver questões que lhe beneficiarão. Mas em nada alimenta o ego ou o poder político-econômico de alguém praticar uma ação social. Essas dezenas de famílias precisam de moradia, emprego, educação para os filhos que estão fora da escola e formação profissional para os pais e mães terem condição de recomeçar. E sobretudo, há aspectos culturais difíceis de enfrentar.

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Essas pessoas devem ser informadas porque sairão de lá e não só expulsas do local que chamam de casa. Quando em Recife, o então prefeito João Paulo tentou extinguir as palafitas no mangue, muitos não entenderam o que estava acontecendo, outros não conheciam vaso sanitário ou chuveiro.

Essas soluções estão sendo pensadas pelo grupo de empresários da CDL de Serra Talhada, pela prefeitura, secretaria de Transportes, governo do estado, a empresa da usina de lixo ou pela empresa de aviação?