Foto: Arquivo Farol

Publicado às 13h46 desta quarta-feira (11)

Funcionários do Hospital Regional Agamenon Magalhães estão estressados e atolados de trabalho diante de uma situação de superlotação da emergência da casa de saúde.

Em contato com o FAROL DE NOTÍCIAS, um profissional de saúde, que pede sigilo de sua identidade, afirmou que cerca de 15 pacientes estão internados em uma ala do hospital que não comporta internações.

Em tom de desespero, o funcionário também explicou que o Hospam tem apresentado a falta de alguns medicamentos, o que dificulta ainda mais o trabalho de enfermeiros, técnicos e médicos.

“O Hospam está em uma situação insustentável, leitos lotados, emergência repleta de pacientes internados, que não deveriam estar ali e sem os suportes necessários. Os funcionários estão sobrecarregados e estressados pela falta de estrutura para trabalhar, nem mesmo os medicamentos está tendo direito. Está insuportável”, desabafou.

OUTRO LADO

A reportagem do FAROL entrou em contato com o Hospam, através do diretor geral, João Antônio Magalhães, que confirmou a superlotação do hospital.

De acordo com ele, são 16 pacientes internados e as clínicas conveniadas para atender os pacientes não comportados no hospital estão suspensas desde a última quarta-feira (4).

“Existe uma superlotação porque a assistência básica não está funcionando, o município não tem hospital municipal, Upa 24 horas, não tem policlínica. Então, todo o atendimento de baixa, alta e média complexidade termina recaindo sobre o Hospam, quando o nosso atendimento era para ser de emergência e urgência. Na quarta-feira (4) passada recebi uma ligação da secretaria de saúde do município dizendo que a rede complementar de clínica médica e obstetrícia que dava suporte ao Hospam quando estávamos sem vagas foi suspenso”.

PACIENTES DO MUNICÍPIO

O gestor do Hospam também ratificou a maior parte dos atendimentos são demandas das UBSs e USFs.

“Cerca de 70 a 80% dos atendimentos do hospital são do município de Serra Talhada, pacientes pouco ou não urgentes, que poderiam ser atendidos na rede básica ou em um hospital municipal, se houvesse”, disse, completando:

“Infelizmente, isso independe de mim, porque o Hospam é o único hospital de portas abertas 24 horas, na XI Geres somos referência para 10 municípios. Com relação aos medicamentos já recebemos mercadorias hoje e houve um atraso das distribuidoras, mas o problema já está sendo sanado. Junto a equipe de técnicos da emergência, clínica cirúrgica, médica e pediátrica já realocamos algumas internações e conseguimos diminuir a lotação da emergência em 50%”.