manoelO vereador Manoel Enfermeiro (PT) mirou a sua ‘metralhadora giratória’ contra o Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam) e fez duras acusações contra um médico da unidade, porém declinou de revelar a identidade do profissional.

Usando a tribuna da Câmara de Vereadores, nessa segunda-feira (16);  o petista revelou que o médico quis ‘se livrar’ em atender um idoso de 79 anos, que acabou falecendo. O fato aconteceu na última sexta-feira (13).

“Quero manifestar uma nota de repúdio ao Hospam, pois um médico deixou de realizar uma cirurgia num paciente, alegando que não tinha outro cirurgião no hospital. Se fosse a mãe ou o pai dele, tenho certeza que não iria medir esforços para chamar outro colega. Ele (o médico) preferiu autorizar a transferência do paciente para Caruaru, ao invés da cirurgia. Ele quis se livrar do paciente que morreu na estrada, nas proximidades de Belo Jardim”, relatou Manoel Enfermeiro, arrematando: “Eu sou funcionário do Hospam e sei que vou ser retaliado. Mas não devo nada a ninguém e estou fazendo este desabafo”.

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SOFRIMENTO

O desabafo do vereador só não é mais forte do que o drama enfrentando pelos familiares. A vítima, José Pereira da Silva, 79 anos, era tio do micro-empresário Cícero Roberto da Silva, o popular ‘Roberto Capotaria’. Indignado, ele relatou ao FAROL a ‘via crúcis’ enfrentada pela família culminado com  morte do idoso. Segundo ele, o quadro era de obstrução intestinal.

“Meu tio deu entrada no Hospam na tarde da quinta-feira (12) e o médico que fez o atendimento não tocou no meu tio. Ele estava com a diabetes alterada, pressão alta e dores na barriga. Passou a noite toda sentido dor. Na sexta-feira (13) cheguei ao hospital às 11 horas e meu tio estava em cima de uma maca, com as mesmas dores. Então, de imediato, tirei ele do Hospam e levei para um médico particular, que após examinar um exame de ultrassom, disse que era caso urgente de cirurgia”, relembra Roberto Capotaria.

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De acordo com o micro-empresário, de imediato retornou com o seu tio para o Hospam quando ouviu a decisão do médico-cirurgião. “O médico foi o Algacir Fernandes que encaminhou meu tio para Caruaru dizendo que não tinha outro cirurgião. Isso após dois dias com meu tio sentindo dores no hospital. Além disso, não tinha ambulância e tive que recorrer a prefeitura. Mas, infelizmente, meu tio não chegou ao destino. Por isso que concordo com o vereador: ele quis se livrar do paciente”, lamentou Roberto Capotaria.

O OUTRO LADO

A reportagem do FAROL entrou em contato com a direção do hospital regional, que retorna para a responsabilidade da dra. Mauriciana Pereira. A gestora informou que irá resgatar o histórico de atendimento do paciente no hospital e ouvir o médico com relação ao caso.

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“Temos que averiguar toda a passagem do paciente pelo Hospam e ouvir o médico que indicou a transferência para a outra unidade. A denúncia é um direito de todos, mas precisamos investigar. A direção do hospital se coloca a inteira disposição da família para esclarecimentos”, disse a gestora.

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Roberto Capotaria expõe o laudo de transferência emitido pelo médico

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