O FAROL revela o pensamento do deputado Augusto César (PTB) que por alguns meses permaneceu em silêncio com relação a possível dobradinha com o deputado Sebastião Oliveira (PR) em 2014. “Sebá” já garantiu que vai apoiar César na disputa para Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) mas coloca algumas condições. Por exemplo, Augusto não poderá fazer críticas ao governador Eduardo Campos (PSB), que é pré-candidato à presidência da República. Confira o pensamento de Augusto César para 2014.

CONFIANÇA NA REELEIÇÃO

“Eu quero deixar bem claro que eu sou uma pessoa otimista, sempre fui e continuo sendo otimista. Não tenho no meu dicionário a palavra ‘pessimista’; porque primeiramente eu acredito no que faço. Em segundo, nas pessoas com quem eu convivo. As pessoas com as quais firmamos um pacto político no estado de Pernambuco, quer seja aqui em Serra Talhada, quer seja em outros municípios onde nós temos representatividade.

Acredito que a nossa reeleição vai fluir naturalmente como as outras. A cada eleição há sempre o comentário de que Augusto não se elege; e eu sempre tenho mais votos do que na anterior. A prova é tanto que, quando o deputado Augusto César Filho se elegeu, foi com algo em torno de 30 mil votos. Eu já tive 34 mil votos. E espero ultrapassar esse patamar por ser uma coisa natural. A medida em que a gente faz um trabalho aprovado pela população, nós crescemos politicamente e formamos a nossa base. Hoje nós estamos espalhados não só no Sertão do Pajeú, mas no Araripe, no São Francisco, no Sertão Central, no Agreste, enfim… Praticamente no estado inteiro. E é muito difícil um parlamentar do interior alcançar essa dimensão se não fosse através de um trabalho aprovado pela própria população.

Estamos espalhados pelo estado não só com prefeitos, também com um leque de lideranças, vereadores; que não só acreditam no nosso projeto político, mas acreditam também no homem Augusto César. Que o grande diferencial político que nós temos é o compromisso, a participação política no município e a presença. Somos ligados e antenados nos problemas de todos os municípios; tenho resolvido a grande média das nossas reivindicações como parlamentar, e que isso me dá exatamente a segurança política que nós temos e o nosso crescimento em função daquilo que a gente tem feito pelo estado de Pernambuco.

PORQUE SEBASTIÃO OLIVEIRA NÃO FOI ELEITO PREFEITO

“Eu acho que a nossa conduta partidária, do nosso grupo político, nós mostramos à Serra Talhada como agimos na eleição para prefeito em 2012. Sebastião não se elegeu prefeito não por falta do nosso apoio, da nossa lealdade, mas porque faltaram votos.

A gente não pode puxar para a gente essa pecha de que ‘não se elegeu porque o deputado Augusto César não o apoiou maciçamente’. Ao contrário! Todas as nossas lideranças, não só de nosso partido, mas também dos partidos aliados ao nosso grupo político, participaram efetivamente da candidatura de Sebastião Oliveira, dando o seu sangue, politicamente, para que ele fosse o prefeito de Serra Talhada.

ACORDO COM SEBÁ

“Em momento nenhum nós tivemos um acordo que obrigasse Sebastião Oliveira à votar no deputado Augusto César. Então, você me faz essa pergunta, se vai ratificar este apoio à minha campanha. Ele (Sebastião) tem dito, e como disse durante a campanha, nos debates, nos comícios, nas rádios, enfim; que iria votar no deputado Augusto César.

Tínhamos percebido em algumas entrevistas ele dizer que a postura era a de que vai nos apoiar. Mas, também percebemos que, não só ele iria apoiar, mas está um certo esvaziamento das grandes lideranças do partido dele, no sentido em que tomam outro rumo, para apoiar uma nova candidatura que  não seja do deputado Augusto César, que é a que o Sebastião Oliveira externou desejo e a vontade de votar para deputado estadual.

NÃO À MUDANÇA DE DISCURSO

“Eu fico com um pé atrás quando você me pergunta sobre as ressalvas. Acho que ninguém pode vetar ninguém. Eu participo de um projeto político, que é o projeto do PTB, onde fomos aliados por um tempo efetivo do governador Eduardo Campos. Eu não seria justo se não dissesse que o governador Eduardo Campos não tem feito uma boa administração. Ao contrário. O que ele fez foi com a participação de todos os aliados, o PTB, o PSB… Os partidos desta aliança contribuíram para que esta gestão fosse aprovada pelos pernambucanos.

Então me sinto tranquilo ao tomar a posição em que sempre estive no PTB, de que nós temos uma pré-candidatura posta que poderia ser uma candidatura dessa própria aliança ou de um outro partido que fosse discutido na mesa esta aliança, e que essa candidatura teria fluído naturalmente de uma decisão dos partidos que elegeram Eduardo Campos governador.

PTB NÃO FOI OUVIDO PELO PSB

“O que não é possível acontecer porque houve uma antecipação não só do lançamento da candidatura do próprio Campos à presidente da República, ou pré-candidato, dentro de uma aliança aonde a decisão foi partidária, do PSB. Nós não fomos consultados, e talvez nem precisasse para que ele tomasse uma decisão, sendo uma decisão partidária.

Nós não fomos ouvidos. Os partidos não foram ouvidos neste sentido. Foi tão natural e tão rápido que foi uma decisão unilateral do PSB. Naturalmente há um projeto já observado por todos nós desta aliança, que faziam parte dessa aliança, de que há um projeto, na minha concepção, de todo o PSB e que a aliança já estaria mais ou menos dissolvida em função de outras pessoas, de outros partidos, que o caso do nosso PTB, do PT, do PP, enfim… Os partidos que fazem parte desta aliança gostariam também de discutir a candidatura do estado de Pernambuco. Como não houve essa oportunidade, nosso partido tomou a iniciativa de antecipar uma candidatura do nosso partido, que é a candidatura de Armando Monteiro como pré-candidato à governador do Estado. Isso não foi para confrontar ninguém, mas para consolidar aquilo que Pernambuco quer, uma nova oportunidade para um novo grupo, para um novo partido. E estamos oferecendo à Pernambuco esta nova oportunidade; e vamos construir novas alianças para que possamos marchar junto com outros partidos que também simpatizam com a candidatura de Armando Monteiro.

CRÍTICAS AO GOVERNADOR

“Portanto, foi isso que aconteceu. Não me sinto intimidado por Sebastião dizer que nós lançamos críticas ao governador Eduardo Campos; a recíproca é verdadeira. Será que ele vai criticar Armando Monteiro? Se essa crítica vier, como nós podemos também fazer esta aliança? E acho isto muito pequeno em relação ao compromisso que ele assumiu não só com o deputado Augusto César publicamente, mas com Serra Talhada.

Isso pode ter um diferencial e ter uma repercussão positiva para o próprio deputado Sebastião Oliveira, porque não trocamos, quero deixar bem claro isso, nós não trocamos apoio. Nós apoiamos Sebastião Oliveira espontaneamente, pela decisão do grupo, mas sobretudo para atender o chamamento e a solicitação do nosso governador Eduardo Campos para apoiar Sebastião Oliveira à prefeitura de Serra Talhada”.

NA TERÇA-FEIRA (3): Augusto analisa o primeiro ano do governo Luciano Duque